Uma Filosofia da Educação Matemática numa perspectiva wittgensteiniana

Educação Matemática Pesquisa

Endereço:
Rua Marquês de Paranaguá - 111 - Consolação
São Paulo / SP
01303050
Site: https://revistas.pucsp.br/emp
Telefone: (11) 9244-8536
ISSN: 19833156
Editor Chefe: Saddo Ag Almouloud
Início Publicação: 04/02/1999
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Matemática, Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Educação, Área de Estudo: Multidisciplinar, Área de Estudo: Multidisciplinar

Uma Filosofia da Educação Matemática numa perspectiva wittgensteiniana

Ano: 2022 | Volume: 24 | Número: 2
Autores: Paulo Vilhena da Silva, Valdomiro Pinheiro Teixeira Júnior, Daniana de Costa, Alyne Maria Rosa de Araújo Dias
Autor Correspondente: Paulo Vilhena da Silv | [email protected]

Palavras-chave: Filosofia da Linguagem, Wittgenstein, Educação Matemática, Terapia Filosófica, Epistemologia do Uso

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Este artigo objetiva apresentar reflexões, subsidiadas por elementos teórico-filosóficos, que apontam para um modo de ver uma Filosofia da Educação Matemática na perspectiva wittgensteiniana. Para tanto, mostraremos o caráter terapêutico da filosofia de Wittgenstein e a natureza do conhecimento matemático nesta perspectiva, apontando a epistemologia do uso e seus desdobramentos para o campo pedagógico. Desta forma, cumpre, de início, apresentar pontos importantes da Filosofia da Linguagem do período Clássico e do Medievo, o que permite compreender melhor a Filosofia da Linguagem de Wittgenstein. Subsequentemente, são explanados aspectos de uma perspectiva wittgensteiniana da Filosofia da Matemática, discutindo de modo breve acerca das três correntes filosóficas clássicas da Matemática (logicismo, intuicionismo e formalismo) e mostrando que Wittgenstein se diferencia de todas. Por fim, é apontada a Terapia Filosófica de Wittgenstein e a Epistemologia do Uso para o esclarecimento de confusões de natureza linguística existentes no âmbito da Educação Matemática, em decorrência dos usos unilaterais das concepções das correntes filosóficas tradicionais que subsidiam a natureza do conhecimento matemático, como possibilidade para se advogar em favor de uma Filosofia da Educação Matemática numa perspectiva wittgensteiniana. Constata-se que, para isso, a linguagem necessita assumir o papel de protagonista, de modo que os conhecimentos que constituem o educar matematicamente estejam assentados em uma concepção de linguagem que vai além da concepção referencial.



Resumo Inglês:

This article aims to present reflections, supported by theoretical-philosophical elements, which point to a way of seeing a Philosophy of Mathematics Education from the Wittgensteinian perspective. To do so, we will show the therapeutic character of Wittgenstein's philosophy and the nature of mathematical knowledge in this perspective, pointing to the epistemology of use and its consequences for the pedagogical field. In this way, it is necessary, at the outset, to present important points of the Philosophy of Language in the Classical and Medieval periods, which allows a better understanding of Wittgenstein's Philosophy of Language. Subsequently, aspects of a Wittgensteinian perspective of the Philosophy of Mathematics are explained, briefly discussing the three classical philosophical currents of Mathematics (logicism, intuitionism and formalism) and showing that Wittgenstein differs from all of them. Finally, Wittgenstein's Philosophical Therapy and the Epistemology of Use are pointed out to clarify confusions of a linguistic nature that exist within the scope of Mathematics Education, as a result of the unilateral uses of the conceptions of traditional philosophical currents that subsidize the nature of mathematical knowledge, such as possibility to advocate in favor of a Philosophy of Mathematics Education in a Wittgensteinian perspective. It appears that, for this, language needs to assume the role of protagonist, so that the knowledge that constitutes educating mathematically is based on a conception of language that goes beyond the referential conception.



Resumo Espanhol:

Este artículo tiene como objetivo presentar reflexiones, sustentadas en elementos teórico-filosóficos, que apuntan a una forma de ver una Filosofía de la Educación Matemática desde la perspectiva wittgensteiniana. Para ello, mostraremos el carácter terapéutico de la filosofía de Wittgenstein y la naturaleza del conocimiento matemático en esta perspectiva, apuntando a la epistemología del uso y sus consecuencias para el campo pedagógico. De esta forma, es necesario, de entrada, presentar puntos importantes de la Filosofía del Lenguaje en los periodos Clásico y Medieval, que permitan una mejor comprensión de la Filosofía del Lenguaje de Wittgenstein. Posteriormente, se explican aspectos de una perspectiva wittgensteiniana de la Filosofía de las Matemáticas, discutiendo brevemente las tres corrientes filosóficas clásicas de las Matemáticas (logicismo, intuicionismo y formalismo) y mostrando que Wittgenstein difiere de todas ellas. Finalmente, se señala la Terapia Filosófica de Wittgenstein y la Epistemología del Uso para esclarecer confusiones de carácter lingüístico que existen en el ámbito de la Educación Matemática, como consecuencia de los usos unilaterales de las concepciones de las corrientes filosóficas tradicionales que subvencionan la naturaleza del conocimiento matemático. , como posibilidad de abogar a favor de una Filosofía de la Educación Matemática en una perspectiva wittgensteiniana. Parece que, para ello, el lenguaje necesita asumir el papel de protagonista, de modo que el saber que constituye educar matemáticamente se asiente en una concepción del lenguaje que va más allá de la concepción referencial.



Resumo Francês:

Cet article vise à présenter des réflexions, soutenues par des éléments théorico-philosophiques, qui indiquent une manière de voir une philosophie de l'enseignement des mathématiques dans la perspective wittgensteinienne. Pour ce faire, nous montrerons le caractère thérapeutique de la philosophie de Wittgenstein et la nature du savoir mathématique dans cette perspective, pointant l'épistémologie de l'usage et ses conséquences pour le champ pédagogique. Ainsi, il est nécessaire, dans un premier temps, de présenter des points importants de la Philosophie du Langage aux époques Classique et Médiévale, ce qui permet de mieux comprendre la Philosophie du Langage de Wittgenstein. Par la suite, les aspects d'une perspective wittgensteinienne de la philosophie des mathématiques sont expliqués, discutant brièvement des trois courants philosophiques classiques des mathématiques (logicisme, intuitionnisme et formalisme) et montrant que Wittgenstein diffère de tous. Enfin, la thérapie philosophique et l'épistémologie de l'usage de Wittgenstein sont signalées pour clarifier les confusions de nature linguistique qui existent dans le cadre de l'enseignement des mathématiques, en raison des utilisations unilatérales des conceptions des courants philosophiques traditionnels qui subventionnent la nature des connaissances mathématiques. , comme la possibilité de plaider en faveur d'une philosophie de l'enseignement des mathématiques dans une perspective wittgensteinienne. Il apparaît que, pour cela, le langage doit assumer le rôle de protagoniste, de sorte que le savoir qui constitue l'éducation mathématique repose sur une conception du langage qui va au-delà de la conception référentielle.