Pensamento geométrico, arte e questões raciais na educação infantil: possibilidades e práticas pedagógicas decoloniais

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ISSN: 19833156
Editor Chefe: Saddo Ag Almouloud
Início Publicação: 04/02/1999
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Matemática, Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Educação, Área de Estudo: Multidisciplinar, Área de Estudo: Multidisciplinar

Pensamento geométrico, arte e questões raciais na educação infantil: possibilidades e práticas pedagógicas decoloniais

Ano: 2023 | Volume: 25 | Número: 4
Autores: A. V. da Silva, B. G. P. Souza, G. dos S. Barbosa
Autor Correspondente: A. V. da Silva | [email protected]

Palavras-chave: Pensamento geométrico, Educação Infantil, Cultura afro, Decolonialidade

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Neste artigo, apresentamos e discutimos os dados de uma pesquisa que se propôs a investigar a construção do pensamento geométrico por crianças negras e faveladas na Educação Infantil, na favela da Maré, município do Rio de Janeiro, em uma perspectiva decolonial, a partir da arte. Mais especificamente, desenvolvemos e analisamos atividades que favorecem a construção do pensamento geométrico, tendo como principal recurso a obra Autorretrato de Tarsila do Amaral. O método empregado foi a pesquisa-ação. Concluímos que as crianças são extremamente capazes de analisar, nomear, relacionar e diferenciar as formas geométricas com os elementos encontrados na tela de Tarsila do Amaral e nos objetos que fazem parte do cotidiano, entre eles o próprio corpo. Constatamos também que a estratégia de ensino pautada nos projetos pedagógicos com viés interdisciplinar possibilita validar um currículo que perpassa a geometria e a arte, promovendo diálogos enriquecedores à aprendizagem integral das crianças. Essas ações, por sua vez, oportunizaram ações didáticas baseadas na decolonialidade e seus desdobramentos. A observação e análise do Autorretrato nos conduziu a reflexões sobre a cultura afro e à construção da identidade negra de forma afirmativa, favorecendo o protagonismo infantil.



Resumo Inglês:

In this article, we present and discuss data from a research that aimed to investigate the construction of geometric thinking by black and favela children in Early Childhood Education, in the Maré favela, city of Rio de Janeiro, from a decolonial perspective, based on art . More specifically, we developed and analyzed activities that favor the construction of geometric thinking, using as our main resource the work Autorretrato by Tarsila do Amaral. The method used was action research. We conclude that children are extremely capable of analyzing, naming, relating and differentiating geometric shapes with the elements found in Tarsila do Amaral's canvas and in objects that are part of everyday life, including their own bodies. We also found that the teaching strategy based on pedagogical projects with an interdisciplinary bias makes it possible to validate a curriculum that permeates geometry and art, promoting enriching dialogues for children's integral learning. These actions, in turn, provided opportunities for didactic actions based on decoloniality and its consequences. The observation and analysis of Self-Portrait led us to reflect on Afro culture and the construction of black identity in an affirmative way, favoring children's protagonism.



Resumo Espanhol:

En este artículo, presentamos y discutimos datos de una investigación que tuvo como objetivo investigar la construcción del pensamiento geométrico de niños negros y de favelas en Educación Infantil, en la favela Maré, ciudad de Río de Janeiro, desde una perspectiva decolonial, basada en el arte. . Más específicamente, desarrollamos y analizamos actividades que favorecen la construcción del pensamiento geométrico, utilizando como recurso principal la obra Autorretrato de Tarsila do Amaral. El método utilizado fue la investigación-acción. Concluimos que los niños son sumamente capaces de analizar, nombrar, relacionar y diferenciar formas geométricas con los elementos que se encuentran en el lienzo de Tarsila do Amaral y en objetos que forman parte de la vida cotidiana, incluido su propio cuerpo. También encontramos que la estrategia de enseñanza basada en proyectos pedagógicos con sesgo interdisciplinario permite validar un currículo que permea la geometría y el arte, promoviendo diálogos enriquecedores para el aprendizaje integral de los niños. Estas acciones, a su vez, brindaron oportunidades para acciones didácticas basadas en la descolonialidad y sus consecuencias. La observación y análisis de Autorretrato nos llevó a reflexionar sobre la cultura afro y la construcción de la identidad negra de manera afirmativa, privilegiando el protagonismo infantil.



Resumo Francês:

Dans cet article, nous présentons et discutons les données d'une recherche visant à étudier la construction de la pensée géométrique chez les enfants noirs et des favelas dans l'éducation de la petite enfance, dans la favela de Maré, ville de Rio de Janeiro, dans une perspective décoloniale, basée sur l'art. . Plus précisément, nous avons développé et analysé des activités qui favorisent la construction de la pensée géométrique, en utilisant comme ressource principale l'œuvre Autorretrato de Tarsila do Amaral. La méthode utilisée était la recherche-action. Nous concluons que les enfants sont extrêmement capables d'analyser, de nommer, de relier et de différencier des formes géométriques avec les éléments trouvés dans la toile de Tarsila do Amaral et dans les objets qui font partie de la vie quotidienne, y compris leur propre corps. Nous avons également constaté que la stratégie pédagogique basée sur des projets pédagogiques à caractère interdisciplinaire permet de valider un programme qui imprègne la géométrie et l'art, favorisant des dialogues enrichissants pour l'apprentissage intégral des enfants. Ces actions, à leur tour, ont fourni des opportunités d’actions didactiques basées sur la décolonialité et ses conséquences. L'observation et l'analyse d'Autoportrait nous ont amenés à réfléchir sur la culture afro et la construction de l'identité noire de manière affirmative, en privilégiant la place centrale des enfants.