Os onzes de setembro que marcaram a história da informação: reflexões sobre o direito à justiça e a memória em uma sociedade em rede

REVISTA DE CIÊNCIAS DO ESTADO - REVICE

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ISSN: 25258036
Editor Chefe: Theo Augusto Apolinário Moreira Fonseca
Início Publicação: 31/05/2016
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: História, Área de Estudo: Direito, Área de Estudo: Serviço social, Área de Estudo: Multidisciplinar, Área de Estudo: Multidisciplinar

Os onzes de setembro que marcaram a história da informação: reflexões sobre o direito à justiça e a memória em uma sociedade em rede

Ano: 2025 | Volume: 10 | Número: 1
Autores: Luiza Berger von Ende, Deisy Palencia, Valéria Ribas do Nascimento
Autor Correspondente: Luiza Berger von Ende | [email protected]

Palavras-chave: direito à memória, desinformação, justiça transicional, sociedade em rede, vigilância

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

As mudanças do poder sobre a informação podem ser observadas a partir de uma comparação entre dois “onzes de setembro” que marcaram a história: o golpe de Estado no Chile e o ataque terrorista nos Estados Unidos, que deu início à Guerra ao Terror. É possível, assim, identificar semelhanças e diferenças quanto aos atores e as maneiras de controle informacional, bem como os riscos a direitos humanos, sabendo que na primeira época houve uma justiça de transição destinada a recuperar os direitos violados. Assim, por meio do método de abordagem dialético, busca-se responder ao seguinte problema de pesquisa: como a sociedade em rede pode conciliar a necessidade de preservar o direito à memória em um mundo marcado pela vigilância digital do Estado e das empresas detecnologia ao longo da história? Resulta da pesquisa que, inspirado na justiça transicional, é necessário garantir a memória verdadeira dos fatos contra a desinformação, bem como descentralizar o poder sobre o controle dos registros digitais através do fortalecimento de instituições independentes para armazenamento de documentos e checagem de fatos. Ademais, é preciso combater a exploração econômica da desordem informacional, desmonetizando mentiras, e promover a reparação de danos causados por essa conjuntura.



Resumo Inglês:

The changes in power over information can be observed by comparing two "September elevenths" that have marked history: the coup d'état in Chile and the terrorist attack in the United States, which started the War on Terror. It is thus possible to identify similarities and differences in terms of the actors and ways of controlling information, as well as the risks to human rights, knowing that in the first era there was an transitional justice intended for recovering violated rights. Thus, using a dialectical approach, we seek to answer the following research problem: how can the network society reconcile the need to preserve the right to memory in a world marked by digital surveillance by the state and technology companies throughout history? The research shows that, inspired by transitional justice, it is necessary to guarantee the true memory of facts against disinformation, as well as to decentralize power over the control of digital records by strengthening independent institutions for document storage and fact-checking. In addition, it is necessary to fight the economic exploitation of informational disorder by demonetizing lies and promoting reparations for the damage caused by this situation.



Resumo Espanhol:

Los cambios en el poder sobre la información se pueden observar a través de una comparación entre dos “Once de Septiembre” que marcaron la historia: el golpe de Estado en Chile y el ataque terrorista en Estados Unidos, que inició la Guerra contra el Terrorismo. Es posible, por tanto, identificar similitudes y diferencias en cuanto a los actores y formas de control informativo, así como los riesgos para los derechos humanos, sabiendo que en la primera época existió una justicia transicional orientada a recuperar los derechos vulnerados. Así, a través del método de enfoque dialéctico, buscamos responder al siguiente problema de investigación: ¿cómo puede la sociedad en red conciliar la necesidad de preservar el derecho a la memoria en un mundo marcadopor la vigilancia digital por parte del Estado y de las corporaciones tecnológicas a lo largo de la historia? De la investigación se desprende que, inspirados en la justicia transicional, es necesario garantizar la verdadera memoria de los hechos contra la desinformación, así como descentralizar el poder sobre el control de los registros digitales mediante el fortalecimiento de instituciones independientes para el almacenamiento de documentos y la verificación de hechos. Además, es necesario combatir la explotación económica del desorden informativo, desmonetizando la mentira y promoviendo la reparación de los daños causados por esta situación.