O controle disfuncional da administração pública

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ISSN: 25258036
Editor Chefe: Lucas Antônio Nogueira Rodrigues
Início Publicação: 31/05/2016
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: História, Área de Estudo: Direito, Área de Estudo: Serviço social, Área de Estudo: Multidisciplinar, Área de Estudo: Multidisciplinar

O controle disfuncional da administração pública

Ano: 2022 | Volume: 7 | Número: 2
Autores: C. Fortini, L. S. M. Henriques
Autor Correspondente: C. Fortini | [email protected]

Palavras-chave: Administração pública; Judicialização excessiva; Disfuncionalidade do controle; Temor; Ineficiência.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Com a redemocratização do país e a consagração do Estado Democrático de Direito, ampliaram-se os órgãos e os meios de controle da Administração Pública, o que culminou com a edição de várias leis e atos normativos fulcrados no combate à corrupção e com vistas à melhoria da gestão estatal. Inobstante tais fatos terem contribuído para a evolução do sistema anticorrupção brasileiro, com a deflagração de várias operações especializadas no crime organizado, mormente quando introjetado no serviço público, o que se tem observado é que advieram também efeitos negativos oriundos da verdadeira “enxurrada” de ações de improbidade administrativa ajuizadas nos últimos anos, muitas vezes sem levar em conta a gravidade das condutas dos agentes, tampouco o dano ao erário. Diante disso, contrariamente ao objetivo da lei, instaurou-se verdadeiro “clima de temor” na Administração Pública, vez que os agentes públicos passaram a retrair suas ações para não se sujeitarem à responsabilização judicial e a todas as situações constrangedoras daquela oriundas, comprometendo, assim, a tão almejada eficiência administrativa. Por isso, esse estudo se propõe a apontar as causas e possíveis soluções para extinguir essas disparidades e viabilizar a melhoria na governança pública, objetivando ainda a consecução das metas propostas na Agenda 2030.



Resumo Inglês:

With the redemocratization of the country and the consecration of the Democratic State of Law, the organs and means of control of the Public Administration were expanded, which culminated in the enactment of several laws and normative acts focused on the fight against corruption and with a view to improving of state management. Despite these facts having contributed to the evolution of the Brazilian anti-corruption system, with the outbreak of several operations specialized in organized crime, especially when introjected in the public service, what has been observed is that negative effects also arise from the true "flood" of actions of administrative improbity filed in recent years, often without taking into account the seriousness of the agents' conduct, nor the damage to the treasury. In view of this, contrary to the objective of the law, a true “climate of fear” was established in the Public Administration, since public agents began to retract their actions so as not to be subject to judicial accountability and all the embarrassing situations arising from that, compromising, thus, the much-desired administrative efficiency. Therefore, this study proposes to point out the causes and possiblesolutions to extinguish these disparities and enable the improvement of public governance, also aiming at achieving the goals proposed in the 2030 Agenda.



Resumo Espanhol:

 

Con la redemocratización del país y la consagración del Estado Democrático de Derecho, se ampliaron los órganos y medios de control de la Administración Pública, lo que culminó con la promulgación de varias leyes y actos normativos enfocados a la lucha contra la corrupción y con miras a a la mejora de la gestión estatal. A pesar de que estos hechos contribuyeron a la evolución del sistema anticorrupción brasileño, con la deflagración de varias operaciones especializadas en el crimen organizado, especialmente cuando se introyectaron en el servicio público, lo que se ha observado es que también surgieron efectos negativos de la verdadera " avalancha" de acciones de improbidad administrativa interpuestas en los últimos años, muchas veces sin tener en cuenta la gravedad de la conducta de los agentes, ni el perjuicio al erario. Ante ello, contrario al objetivo de la ley, se instauró un verdadero “clima de miedo” en la Administración Pública, ya que los agentes públicos comenzaron a retractarse de su actuación para no ser objeto de responsabilidad judicial y de todas las situaciones bochornosas que se suscitaban. de ahí, comprometiendo, así, la ansiada eficiencia administrativa. Por lo tanto, este estudio se propone señalar las causas y las posibles soluciones para extinguir estas disparidades y permitir la mejora de la gobernanza pública, también con el objetivo de alcanzar las metas propuestas en la Agenda 2030.