Existem vários estudos sobre a aquisição da escrita pelos estudantes ouvintes, os quais são, grande parte das vezes, replicados aos estudantes surdos. Pretendeu-se neste trabalho questionar a consistência desses estudos e refletir sobre como duas lÃnguas de diferentes estruturas e com canais de entrada tão distintos, a Libras pelo canal visual-espacial e a LÃngua Portuguesa pelo canal oral-auditivo, podem ter hipóteses de aquisição semelhantes. Ainda, como empregar
metodologias semelhantes para estudantes surdos e ouvintes, considerando-se a Libras como a primeira lÃngua e a LÃngua Portuguesa escrita como segunda lÃngua? Cabe ao ensino não apenas apresentar os conteúdos em LÃngua de Sinais, mas utilizar toda a potencialidade visual
dos estudantes para captar a visualidade contida na Libras, cujos signos permeiam o campo da semiótica imagética. O percurso semiótico parece atender mais adequadamente ao processo de letramento dos estudantes surdos, inclusive, numa perspectiva linguÃstica para acesso à segunda lÃngua a ser adquirida por esses estudantes. Com base no exposto, essa pesquisa buscou entender como ocorre esse processo de aquisição da LÃngua Portuguesa escrita pelo estudante surdo e apresentou como hipóteses as etapas envolvidas desde os elementos imagéticos, em
que a semiotização está mais presente, perpassando pelas tentativas em representar com os sÃmbolos gráficos da LÃngua de Sinais. Com isso, esse trabalho traz sua contribuição ao propor e definir o letramento semiótico para os estudantes surdos.