Esta pesquisa teórica se concentra em analisar o que são as Fake News e qual o papel do Ensino de Ciências da Natureza num cenário de pós-verdade. Para isso, algumas análises foram sistematizadas em três enunciados, a saber: 1. O fenômeno Fake News; 2. E quem acredita em Fake News? A culpa é do “tio do zap zap”? e 3. O ato educativo de Ciências diante do fenômeno das Fake News. Ao assumir a contradição e a materialidade histórica, evidenciou-se, no primeiro enunciado, o que se configura como Fake News e, no segundo, indagou-se se as Fake News são consequência e/ou causa do que se processa na realidade. Debatendo a ideologia, buscou-se desmistificar o ideário de que as Fake News ocorrem apenas por ignorância ou falta de letramento digital da população, apontando para o caráter ideológico e estrutural presente nelas. Por fim, no terceiro enunciado, analisou-se a relevância do Ensino de Ciências da Natureza, indicando que, para que este seja um instrumento de luta contra as Fake News, é preciso ensinar ciências de forma concreta, reconhecendo quando a ideologia invadiu o conhecimento científico e este perdeu em objetividade e passou a reforçar ideias da classe dominante. Conclui-se que o debate explícito acerca da verdade e da validade do conhecimento científico é fundamental para combater o cenário exposto, constituindo-se como um dos objetivos do Ensino de Ciências da Natureza.
