A desinformação disseminada por conteúdos digitais viralizados tem se intensificado nas redes sociais, demandando uma resposta educativa de maneira crítica. Este artigo analisa vídeos e postagens amplamente compartilhados que abordam temáticas relacionadas à ciência, identificando as potencialidades de sua problematização para a alfabetização científica e tecnológica no ensino de ciências. Fundamentado nos objetivos para alfabetização científica e tecnológica de Fourez (2005) e utilizando a Análise Textual Discursiva, o estudo categoriza os conteúdos segundo objetivos humanistas, sociais, político-econômicos e critérios relacionados à aplicabilidade na educação básica, discutindo como elementos visuais, vocabulário pseudocientífico e estratégias de engajamento digital podem induzir à desinformação. Os resultados apontam que a problematização desses conteúdos pode favorecer a formação crítica dos estudantes, contribuindo para a autonomia, o diálogo argumentativo e o domínio de conhecimentos científicos em contextos cotidianos. Conclui-se que o uso pedagógico de conteúdos enganosos, no sentido de discuti-los e analisá-los, pode fortalecer a educação científica, desde que articulado a estratégias interdisciplinares e éticas.