O presente artigo analisa o brincar heurístico como prática pedagógica na educação infantil, com foco no atendimento de crianças de 0 a 3 anos em creches brasileiras. Fundamentado em autores como Elinor Goldschmied, Maria Montessori, Lev Vygotsky e outros estudiosos da infância, o texto discute as bases teóricas dessa proposta, marcada pela valorização da autonomia, da exploração e da livre experimentação com objetos não estruturados. A análise do cenário nacional revela desafios relacionados ao acesso à creche, à formação docente e às condições institucionais que dificultam a implementação de práticas mais sensíveis e respeitosas. Apesar disso, o brincar heurístico mostra-se uma alternativa potente para promover o desenvolvimento integral das crianças e ressignificar o papel do educador na primeira infância. Conclui-se que, para além de uma técnica, essa abordagem representa uma filosofia pedagógica que exige escuta, intencionalidade e compromisso com os direitos da criança.