Não são muitos os tipos de rimas identificados na teoria do verso e observáveis na prática, e poucas foram as contribuições mais recentes dos poetas que ainda se valem desse recurso em nossa língua. Este trabalho divulga a concepção e propõe a denominação de um tipo de rima ainda não estudado de que nos valemos na tradução, até agora inédita, de cerca de quinhentos poemas de Emily Dickinson (1830-1886). É certo que a poesia como gênero literário tem passado por alterações e inovações significativas, sujeitas sempre ao gosto de sucessivos movimentos que prestigiam ou descartam, cada um a seu tempo, uma extensa gama de recursos estilísticos e formais do fazer poético, mas esse seu aspecto tão especial, a rima, tem resistido a mudanças mais expressivas, e é justamente a percepção de algo de novo nessa área, suscetível talvez de despertar o interesse dos poetas e tradutores de poesia, que justifica este trabalho.