A indevida incriminação do exercício regular da advocacia

Revista Brasileira de Ciências Criminais

Endereço:
Rua Onze de Agosto, 52 - 2º Andar - Centro - Centro
São Paulo / SP
01018-010
Site: http://www.ibccrim.org.br/
Telefone: (11) 3111-1040
ISSN: 14155400
Editor Chefe: Dr. André Nicolitt
Início Publicação: 30/11/1992
Periodicidade: Mensal
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Ciências Sociais Aplicadas, Área de Estudo: Direito, Área de Estudo: Multidisciplinar, Área de Estudo: Multidisciplinar

A indevida incriminação do exercício regular da advocacia

Ano: 2018 | Volume: 148 | Número: Especial
Autores: Geraldo Prado
Autor Correspondente: Geraldo Prado | [email protected]

Palavras-chave: Estado de Direito – Prerrogativas da advocacia – Ações neutras.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

As sociedades contemporâneas creditam à advocacia, exercida com independência  em relação aos poderes político e econômico,  relevante papel para a estabilidade social e a  defesa dos direitos dos indivíduos. O advogado  não é profissional isento de responsabilidade  em âmbito criminal. A demarcação do que pode configurar “conduta típica”, para distinguir a  ação delituosa do advogado das condutas lícitas  concernentes ao cumprimento de obrigações e  deveres próprios da advocacia, requisita o conhecimento de ferramentas e categorias analíticas que no âmbito do direito penal foram  desenvolvidas objetivando fornecer ao jurista  critérios seguros de decisão nessa matéria.  Dadas as nuances do exercício da advocacia que  as democracias contemporâneas reconhecem e  que fundam modelo complexo, a definição das  atividades que a caracterizam e dos instrumentos jurídicos de que a advocacia se vale para  cumprir suas múltiplas e delicadas funções delimitam o âmbito normativo que protege o seu  exercício de ações incriminatórias abusivas.


Resumo Inglês:

Contemporary societies credit to advocacy, exercised independently of the political  and economic powers, an important role for  social stability and the defense of the rights  of individuals. The lawyer is not a professional  exempt of criminal responsibility. The demarcation of what may constitute a «typical conduct»,  in order to distinguish the lawful action of the  lawyer from the licit conduct concerning the  fulfillment of the obligations and duties proper  to the law, requires the knowledge of tools and  analytical categories that have been developed  in criminal law with the objective of providing  criteria for decision -making in this area.  Considering the nuances of the advocacy practice that contemporary democracies recognize  and which form a complex model, the definition  of the activities that characterize it and the legal instruments that advocacy serves to fulfill  its multiple and delicate functions delimit the  normative scope that protects its abusive incriminating actions.