Há mortes anteriores à morte: politizando o genocídio negro dos meios através do controle urbano racializado

Revista Brasileira de Ciências Criminais

Endereço:
Rua Onze de Agosto, 52 - 2º Andar - Centro - Centro
São Paulo / SP
01018-010
Site: http://www.ibccrim.org.br/
Telefone: (11) 3111-1040
ISSN: 14155400
Editor Chefe: Dr. André Nicolitt
Início Publicação: 30/11/1992
Periodicidade: Mensal
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Ciências Sociais Aplicadas, Área de Estudo: Direito, Área de Estudo: Multidisciplinar, Área de Estudo: Multidisciplinar

Há mortes anteriores à morte: politizando o genocídio negro dos meios através do controle urbano racializado

Ano: 2017 | Volume: 135 | Número: Especial
Autores: Laís da Silva Avelar, Bruna Portella de Novaes
Autor Correspondente: Laís da Silva Avelar | [email protected]

Palavras-chave: Salvador – Controle urbano – Genocídio – Território negro.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Neste artigo, propõe-se a apresentação de reflexões acerca do controle urbano, intrinsecamente determinado pelas relações raciais, a partir do caso de Salvador/BA, tomando, de forma específica, uma experiência etnográfica no bairro negro do Grande Nordeste de Amaralina (GNA). Compreendendo o problema a partir do debate do genocídio negro, falamos de controle urbano de forma a abranger não só as considerações restritas ao sistema penal, mas também a discussão sobre segurança pública e mesmo outras formas de vigilância e intervenção que não se resumem estritamente à esfera penal. Constatando a gestão racializada da cidade, apontamos para um genocídio negro dos meios que, desestruturando coletiva e individualmente a população negra, mata sem fazer sangrar.



Resumo Inglês:

In this article, we aim to present reflections about the urban control, which is heavily influenced by racial relations, addressing the case of Salvador, Bahia, specifically by taking an ethnographic experience about the black neighborhood of Grande Nordeste de Amaralina (GNA). Understanding the research problem from the perspective of a genocide of the black people in progress, we will speak of urban control in a way that comprehends not only the considerations on the criminal and penal system, but also a larger debate over public security and other forms of vigilance and intervention which are not summarized to criminal law. Speaking from the perception of a racialized management of the city, we indicate the existence of a genocide of the “means” – of survival, of living. The death of these means affects collectively and individually the black population.