URBANIZAÇÃO, MEIO AMBIENTE E SAÚDE EM SÃO PAULO

InterfacEHS

Endereço:
Av. Engenheiro Eusébio Stevaux, 823
São Paulo / SP
4696000
Site: http://www3.sp.senac.br/hotsites/blogs/InterfacEHS/
Telefone: (11) 5682-7622
ISSN: 19800894
Editor Chefe: Emilia Satoshi Miyamaru Seo
Início Publicação: 31/07/2006
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Multidisciplinar

URBANIZAÇÃO, MEIO AMBIENTE E SAÚDE EM SÃO PAULO

Ano: 2011 | Volume: 6 | Número: 2
Autores: Suzana Pasternak, Lucia Maria Machado Bógus
Autor Correspondente: Suzana Pasternak | [email protected]

Palavras-chave: expansão urbana, vulnerabilidades, áreas de risco, saúde ambiental.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O artigo discute as relações entre a expansão urbana desordenada, a precariedade ambiental e as
condições de saúde na Região Metropolitana de São Paulo, na 1ª década de século XXI, a partir das informações
do Censo Demográfico e dos registros vitais disponíveis para 2009 e 2010. A análise é realizada com base na
metodologia do Observatório das Metrópoles e na categorização dos tipos de município da metrópole de São
Paulo. Para o município da capital é utilizada uma divisão territorial em anéis, que permite trabalhar os dados
distritais de forma agrupada e estabelecer comparações em âmbito intra-urbano.
A construção da tipologia de municípios foi feita a partir de uma análise fatorial da distribuição
da população ocupada e residente nos 39 municípios, de acordo com as categorias sócio-ocupacionais
hierarquizadas, e constituiu importante instrumento para a análise das condições de vida e saúde da população,
que se distribui de modo desigual pela região metropolitana e usufrui de forma desigual dos equipamentos
coletivos e da infra-estrutura urbana.
O texto aborda, também, as relações entre as condições do habitat e de saúde, apontando para as causas
do agravamento das condições de vulnerabilidade dos grupos sociais residentes em áreas de risco ambiental ou
de grande concentração de pobreza, sobretudo na periferia. A mortalidade infantil e na infância, por tipologia
de município apontam, por sua vez, para desigualdades relevantes nas distintas áreas da região metropolitana.
A ocupação urbana descontrolada em áreas de mananciais compromete a qualidade da água da população
e aumenta as ilhas de calor, modificando o micro clima e aumentando as precipitações pluviométricas, além
de intensificar a erosão. A expansão da área urbanizada, em sinergia com o aquecimento global, provoca
grandes precipitações em áreas cada vez maiores da metrópole, ampliando as áreas de risco. Tais ocorrências,
aliadas à grande concentração populacional na maior região metropolitana do país, compõem um quadro de
possíveis implicações para a saúde humana, incluindo a contaminação da água, seja por ingestão, contato (no
caso da leptospirose) ou pela proliferação de vetores (entre os quais a dengue), e provocam o aumento da
vulnerabilidade, sobretudo entre crianças e idosos.



Resumo Inglês:

health conditions in the Metropolitan Region of São Paulo, in the first decade of the 21st century, according to the
Census data and vital records available for 2009 and 2010. The analysis is performed based on the methodology
of the Observatório das Metrópoles and on the categorization of the types of municipality of the Metropolitan
Region of São Paulo. To the capital city of the Metropolitan Region a division of rings is used which allows
you to work with the district data in a grouped way and to establish comparisons in an intra urban context.
The construction of the typology of municipalities was designed from a factor analysis of the distribution of
the working and resident population in 39 municipalities, according to the socio-occupational hierarchy, and it
was an important tool for the analysis of living conditions and population health which is unevenly distributed
across the metropolitan area and benefits unequally from the community facilities and urban infrastructure.
The text also addresses the relationship between habitat and health conditions, pointing to the causes
of deterioration of vulnerable social groups living in environmental risk areas or in areas with high
concentration of poverty, especially on the periphery. Infant and childhood mortality, by typology of
municipality point, in turn, to relevant inequalities in the different areas of the metropolitan region.
The uncontrolled urban settlement on fresh water sources sensitive areas compromises the water quality of the
population, increases the heat islands, modifying the microclimate and increasing not only rainfall but erosion as
well. The urban sprawl area, in synergy with global warming causes increase in rainfall in major growing areas of
the metropolis, broadening the risk areas. These events, linked to high population density in the largest metropolitan
area in the country, create a scenario of possible implications for public health, including water contamination,
either by ingestion, water contact diseases (in case of leptospirosis ) or by the proliferation of vector borne
diseases (including dengue fever), causing increased vulnerability, especially among children and the elderly.