Uma lição da IA: Ética não é um jogo da imitação

Kairós

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Site: https://ojs.catolicadefortaleza.edu.br/index.php/kairos/index
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ISSN: 2357-9420/1807-5096
Editor Chefe: Dr. Renato Moreira de Abrantes
Início Publicação: 20/01/2004
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Antropologia, Área de Estudo: Ciência política, Área de Estudo: Educação, Área de Estudo: Filosofia, Área de Estudo: Psicologia, Área de Estudo: Sociologia, Área de Estudo: Teologia, Área de Estudo: Linguística, Letras e Artes, Área de Estudo: Multidisciplinar, Área de Estudo: Multidisciplinar

Uma lição da IA: Ética não é um jogo da imitação

Ano: 2023 | Volume: 19 | Número: 1
Autores: https://ojs.catolicadefortaleza.edu.br/index.php/kairos/article/view/420
Autor Correspondente: https://ojs.catolicadefortaleza.edu.br/index.php/kairos/article/view/420 | [email protected]

Palavras-chave: Julgamento tendencioso, Pensamento crítico, Equidade e igualdade, Ética aprendida, Ética programada, Racionalidade da ética.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Como podemos ensinar padrões morais de comportamento para uma máquina? Um dos mais importantes alertas contra a IA é a necessidade de evitar vieses em tomadas de decisões eticamente carregadas, mesmo se a população sobre a qual a aprendizagem é baseada também possui um viés próprio. Isto é especialmente relevante quando consideramos que a equidade (e a proteção das minorias) é uma noção ética que por si própria vai além (muito provavelmente) das opiniões tendenciosas das pessoas: a equidade deve ser perseguida e assegurada pelas estruturas sociais, independentemente se as pessoas concordam ou não. Nós sabemos (acreditamos?) que o viés, ou estar suscetível a vieses, é uma coisa ruim, independentemente do que a maioria diz. Em outras palavras, bem e mal não são o que a maioria diz, isso está além de maiorias e de fórmulas matemáticas. A ética não pode ser baseada numa opinião majoritária sobre o que é certo e errado ou em um rígido código de conduta. Nós devemos superar o ceticismo generalizado em nossa sociedade sobre a racionalidade da ética e dos valores. A boa notícia é que a IA está nos forçando a pensar a ética de uma nova forma. A tentativa de formalizar a ética em uma série de regras perde de vista que uma pessoa não é apenas uma instância de um caso, mas um ser único e irrepetível. A ética deveria nos prevenir do erro de tentar converter equidade em igualdade matemática, adquirida através da extração de características e a computação de uma fórmula de valor. Equidade não é igualdade matemática, nem mesmo uma massificada igualdade que considera diferentes fatores.