Os anos 2020 e 2021 foram vivenciados, no mundo, sob o prisma do medo do contágio e da morte pelo vírus da COVID-19, mais conhecido como Coronavirus. No Brasil movimentos negacionistas ganharam força ao afirmar que esta doença tratava-se de uma “gripezinha” inofensiva, da mesma forma sugeriu-se o uso de remédios ineficazes para o tratamento do vírus como, por exemplo, ivermectina, cloroquina, azitromicina e ozonioterapia retal. Nosso objetivo neste artigo é analisar as repercussões a respeito da ozonioterapia retal para tratamento de COVID-19. A análise será feita a partir das teorias de gênero e sexualidade, especificamente as políticas anais de Saez e Carrascosa (2016). Para subisidiar o debate elencamos alguns conteúdos que marcam a repercussão da ozonioterapia anal: uma charge coletada na rede social Twitter, comentários e reportagens veiculadas na midias (imprensa) e um vídeo em que o então presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, comenta o tratamento. Lançamos mão de algumas perguntas que orientam nossa argumentação: Qual ou quais são as conexões entre o cu e a COVID-19? O que pode um cu contaminado ou um cu em risco de se contaminar? Por que o tratamento via anal causaria tanto constrangimento em partes da população?