Manhã de uma quinta feira, acordo para dar mamadeira para as gêmeas e ligo a televisão no noticiário local das 6:30hs. Vejo mais uma operação policial cercada de pirotecnia. Mas como? Se o inquérito era sigiloso… mais de 105 policiais federais, segundo noticiado, participaram da operação que prendeu 7 professores universitários. Entre os investigados estava uma pessoa que não conhecia pessoalmente, mas sobre a qual nunca tinha ouvido falar mal – nenhum comentário desairoso, algo raro nos dias de hoje. Era o reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Luis Carlos Cancelier de Olivo, carinhosamente conhecido como Cau. O telefone toca: é um colega advogado e professor perguntando se posso me deslocar até a Polícia Federal para acompanhar o reitor que acabara de ser preso. Consoante determina meu mister, fui prontamente atender ao cidadão que precisava de assistência. Ao chegar à Polícia, encontrei outros colegas que esperavam para falar com seus clientes. Depois de esperar por cerca de 25 minutos, fui encaminhado para a sala da delegada encarregada da investigação, onde estava sendo ouvido o reitor por um delegado que veio do Maranhão exclusivamente para aquela operação. Feitas as apresentações, conversei em particular, em um corredor, com um policial a alguns metros de nós. Surpreso, o reitor disse que não sabia por que tinha sido detido, destacando que nunca fora chamado ou intimado para prestar quaisquer esclarecimentos.