Travestilidades e violência: perspectivas queer

Revista Brasileira de Ciências Criminais

Endereço:
Rua Onze de Agosto, 52 - 2º Andar - Centro - Centro
São Paulo / SP
01018-010
Site: http://www.ibccrim.org.br/
Telefone: (11) 3111-1040
ISSN: 14155400
Editor Chefe: Dr. André Nicolitt
Início Publicação: 30/11/1992
Periodicidade: Mensal
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Ciências Sociais Aplicadas, Área de Estudo: Direito, Área de Estudo: Multidisciplinar, Área de Estudo: Multidisciplinar

Travestilidades e violência: perspectivas queer

Ano: 2018 | Volume: 146 | Número: Especial
Autores: Tuanny Soeiro Sousa, Gustavo Barbosa de Mesquita Batista
Autor Correspondente: Tuanny Soeiro Sousa | [email protected]

Palavras-chave: Criminologia e Teoria Queer – Feminismo – Gênero – Travestilidades – Violência.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O presente estudo tem como intuito responder ao chamado de uma vitimologia queer, oferecendo instrumentos teóricos dos estudos feministas e queer para a compreensão das condições de vitimação de vidas travestis no Brasil. Nossa metodologia tem como base o aporte teórico e metodológico da teoria do discurso desenvolvida por Judith Butler e Michel Foucault. Nosso argumento principal se baseia na ideia de que a vida e a humanidade são produzidas por molduras epistemológicas saturadas de poder, tendo o gênero um papel fundamental na produção do ideal de humanidade compartilhado pelas pessoas. Nesse sentido, a experiência travesti, como prática desestabilizadora da coerência e continuidade entre o sexo, o gênero e o desejo, pode ser classificada como vida precária e desapropriada, estando mais vulnerável à violência física e letal.



Resumo Inglês:

The present study aims to respond the call of a queer victimology by offering theoretical tools of feminist and queer studies to understand the conditions of victimization of transvestites lives in Brazil. Our methodology is based on the theoretical and methodological contribution of the discourse theory developed by Judith Butler and Michel Foucault. Our main argument is based on the idea that life and humanity are produced by epistemological frames saturated with power, and gender plays a fundamental role in producing the ideal of humanity shared by people. In this sense, transvestite experience, as a destabilizing practice of coherence and continuity between sex, gender and desire, can be classified as precarious and dispossession life, being more vulnerable to physical and lethal violence.