Transfake e a busca pela verdade na representação de travestis e pessoas trans

Revista Brasileira de Estudos da Homocultura (REBEH)

Endereço:
Avenida Fernando Corrêa da Costa, 2367 - Boa Esperança
Cuiabá / MT
Site: http://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/rebeh/index
Telefone: (63) 9988-4412
ISSN: 2595-3206
Editor Chefe: Bruna Andrade Irineu
Início Publicação: 01/01/2018
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Multidisciplinar

Transfake e a busca pela verdade na representação de travestis e pessoas trans

Ano: 2018 | Volume: 1 | Número: 4
Autores: Sofia Ricardo Favero, João Gabriel Maracci
Autor Correspondente: Sofia Ricardo Favero | [email protected]

Palavras-chave: Ativismos trans; Transfake; Representação; Verdade.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O presente artigo discute o modo que os ativismos trans têm criticado a interpretação de atores e atrizes cis que representam papéis sobre transexualidade em produções cênicas. A essas atuações são dadas o título de transfake, em uma tentativa de reescrever os efeitos do blackface na população trans. Diante disso, buscou-se questionar o modo que a expressão fake estaria, em oposição, mantendo um regime de verdade em relação ao gênero, prática comum na história da nosologia psiquiátrica, mas que pode ser encontrada em determinadas condutas ativistas atuais. Nesse sentido, as disputas pela representação têm aparecido como um meio de impedir a relativização da transexualidade, pois, embora objetivem promover o reconhecimento político das pessoas trans, também presumem determinada correspondência entre aquilo que se é e aquilo se faz. Considera-se, portanto, que existem riscos envolvidos na defesa de uma estabilidade identitária, por meio da censura e técnicas proibitivas, além dos riscos de promover um engessamento das possibilidades de representar a vida.



Resumo Inglês:

This article discusses the way that trans activisms have criticized the interpretation of cis actors and actresses who play roles on transsexuality in scenic productions. These performances are given the title of transfake, in an attempt to rewrite the effects of blackface on the trans population. Therefore, we sought to question the way that the term fake would, in opposition, maintain a regime of truth in relation to gender, a common practice in the history of psychiatric nosology, but which can be found in certain current activist behaviors. In this sense, disputes over representation have appeared as a means of preventing the relativization of transsexuality, because, although they aim to promote the political recognition of trans people, they also presume a certain correspondence between what is and what is done. Therefore, it is considered that there are risks involved in the defense of identity stability, through censorship and prohibitive techniques, in addition to the risks of promoting a plastering of the possibilities of representing life.



Resumo Espanhol:

Este artículo analiza la forma en que los activistas trans han criticado la interpretación de los actores y actrices cis que desempeñan papeles sobre la transexualidad en producciones escénicas. Estas actuaciones reciben el título de transfake, en un intento de reescribir los efectos de blackface en la población trans. Por lo tanto, buscamos cuestionar la forma en que el término falso mantendría, en oposición, un régimen de verdad en relación con el género, una práctica común en la historia de la nosología psiquiátrica, pero que se puede encontrar en ciertos comportamientos activistas actuales. En este sentido, las disputas sobre la representación han aparecido como un medio para evitar la relativización de la transexualidad, porque, aunque apuntan a promover el reconocimiento político de las personas trans, también presumen una cierta correspondencia entre lo que se hace y lo que se hace. Por lo tanto, se considera que existen riesgos involucrados en la defensa de una estabilidad de identidad, a través de la censura y técnicas prohibitivas, además de los riesgos de promover un enlucido de las posibilidades de representar la vida.