TERRA, RAÇA, CLASSE E ESTRATÉGIA: A LUTA PELA REFORMA AGRÁRIA E A QUESTÃO RACIAL

Cadernos Macambira

Endereço:
Estrada Vicinal de Aparecida, s/n, - IF Baiano - Serrinha. Sala 1, prédio acadêmico - Aparecida
Serrinha / BA
48700000
Site: http://revista.lapprudes.net/index.php/CM
Telefone: (75) 8807-1920
ISSN: 2525-6580
Editor Chefe: Erasto Viana Silva Gama
Início Publicação: 09/09/2016
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Multidisciplinar

TERRA, RAÇA, CLASSE E ESTRATÉGIA: A LUTA PELA REFORMA AGRÁRIA E A QUESTÃO RACIAL

Ano: 2019 | Volume: 4 | Número: 2
Autores: RAUMI JOAQUIM DE SOUZA
Autor Correspondente: RAUMI JOAQUIM DE SOUZA | [email protected]

Palavras-chave: Terra, Raça, Classe

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

A presente investigação intitulada “Terra, Raça, Classe e Estratégia” visa compreender qual a relação daluta do MST pela Reforma Agrária com o debate sobre a questão racial. Partindo das contribuições teóricas dossociólogos Clóvis Moura e Florestan Fernandes entre outros autores, nosso estudo tem como finalidade levantarsubsídios para a percepção de como as desigualdades sociais e territoriais no campo estão intrinsecamente ligadasàs desigualdades raciais. No nosso estudo investigaremos de que maneira o MST historicamente pensa a questãoracial associada a luta pela Reforma Agrária, visto que a maioria das pessoas que compõem os assentamentos eacampamentos são negros e negras. A partir desse diagnóstico visamos compreender de que maneira a estratégiade luta do MST se associa à luta contra o racismo, como legado da escravidão e do latifúndio no Brasil. Naperspectiva de contextualizar esta análise em sua possível efetivação nas esferas individual e coletiva,analisaremos a possibilidade de encontrar elementos que apontem para a relação entre terra, raça e classe do pontode vista da contribuição para o avanço da luta da classe trabalhadora. O estudo parte da hipótese de que o MSTnão desenvolveu o debate sobre a questão racial como avançou no debate sobre a questão de gênero e a questãoLGBT. Porém, constatamos nas entrevistas com militantes do MST da Bahia, um grande potencial para que odebate avance internamente na organização. Pois compreendemos que a questão agrária e a questão racial estãoarticuladas historicamente no Brasil, sendo marcas do trauma da colonização e da escravidão, que legaram aopaís um sistema de divisão da terra desigual e uma estrutura racial que vitimizam a maioria da população pobree negra com o racismo, como marca estruturante da desigualdade social brasileira. Portanto, podemos tratar a lutapela terra também como uma luta pela superação do racismo, bem como da questão racial como pauta de debatena luta pela reforma agrária.