RETRATO DE UMA LUANDA INVISÍVEL EM OS TRANSPARENTES, DE ONDJAKI

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ISSN: 2594-8261
Editor Chefe: Maria Geralda de Miranda
Início Publicação: 19/12/2017
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Ciências Sociais Aplicadas, Área de Estudo: Linguística, Letras e Artes, Área de Estudo: Multidisciplinar

RETRATO DE UMA LUANDA INVISÍVEL EM OS TRANSPARENTES, DE ONDJAKI

Ano: 2017 | Volume: 1 | Número: 1
Autores: Renata Flávia da Silva
Autor Correspondente: Renata Flávia da Silva | [email protected]

Palavras-chave: literatura angolana, paisagem, (In)visibilidade.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Em Os transparentes (2012), o escritor angolano Ondjaki apresenta a cidade de Luanda como, mais que uma indicação geográfica, uma construção simbólica capaz de refletir e problematizar a história recente de seu país. Paisagem contemporânea, marcada por profundas cicatrizes, a capital angolana é descrita em suas relações desiguais de ocupação do espaço urbano e de visibilidade social. Nessa paisagem irregular, onde a exceção se estabelece como regra, o apagamento do sujeito, sua progressiva invisibilidade, é a representação textual de um lugar onde o humano perde espaço para os valores materiais em uma sociedade cada vez mais objetivada. Pretende-se, portanto, no presente trabalho, analisar como o espaço narrativo recupera o processo histórico-cultural vivenciado pelos angolanos, constituindo, assim, uma linha de fuga em um horizonte de violência e caos.



Resumo Inglês:

In Os transparentes (2012), the Angolan writer Ondjaki presents the city of Luanda as, more than a geographical indication, a symbolic construction capable of reflecting and problematizing the recent history of his country. Contemporary landscape, marked by deep scars, the Angolan capital is described in its unequal relations of occupation of urban space and social visibility. In this irregular landscape, where the exception is established as a rule, the erasing of the subject, its progressive invisibility, is the textual representation of a place where the human loses space for material values in an increasingly objectified society. The present work intends to analyze how the narrative space recovers the historical-cultural process experienced by Angolans, thus constituting a line of escape in a horizon of violence and chaos.