O presente artigo, a partir da análise de alguns dados referentes à composição racial do Poder Judiciário brasileiro e informações sobre o perfil etnorracial da população carcerária, pretende indicar que a atuação da justiça criminal é atravessada por uma historicidade escravocrata que marca a seletividade de um poder punitivo que se mostra como uma instância colonial. Sugere-se que a justiça criminal é sobretudo antinegra, pois manifesta um mortífero desprezo por pessoas negras que figuram como réus.
This article, based on the analysis of some data referring to the racial composition of the Brazilian Judiciary and information on the ethnoracial profile of the prison population, intends to indicate that the performance of criminal justice is crossed by slavery historicity that marks the selectivity of punitive power. It is shown that criminal justice is above all anti-black, in the sense of showing a deadly contempt for black people who appear as defendants.