QUANDO O PREDADOR SE TORNA PRESA: CONFLITO ENTRE FAZENDEIROS E A ONÇA-PARDA (Puma concolor, LINNAEUS, 1771) NO NORDESTE DO BRASIL

Ethnoscientia

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ISSN: 2448-1998
Editor Chefe: Gustavo Goulart Moreira Moura
Início Publicação: 04/03/2016
Periodicidade: Bimestral
Área de Estudo: Agronomia, Área de Estudo: Biologia geral, Área de Estudo: Botânica, Área de Estudo: Ecologia, Área de Estudo: Recursos Pesqueiros e Engenharia da Pesca, Área de Estudo: Recursos pesqueiros e engenharia de pesca, Área de Estudo: Antropologia, Área de Estudo: Educação, Área de Estudo: Multidisciplinar, Área de Estudo: Multidisciplinar

QUANDO O PREDADOR SE TORNA PRESA: CONFLITO ENTRE FAZENDEIROS E A ONÇA-PARDA (Puma concolor, LINNAEUS, 1771) NO NORDESTE DO BRASIL

Ano: 2017 | Volume: 2 | Número: 1
Autores: Luma de Souza Borges, Eraldo Medeiros Costa Neto, Dídac Santos Fita, Martín Roberto del Vale Alvarez, Ana Teresa Galvagne Loss
Autor Correspondente: Luma de Souza Borges | [email protected]

Palavras-chave: caatinga; caprinos; domésticos; predação; etnomastozoologia

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

A onça-parda, suçuarana ou puma (Puma concolor, Linnaeus, 1771) é o segundo maior felino das Américas. Historicamente, a predação de puma a espécies domésticas gera conflitos com fazendeiros e leva ao aumento do controle letal incluindo a caça ilegal deste felino por fazendeiros locais. O puma é considerado uma espécie de preocupação para conservação no Brasil. No entanto, pouco se sabe sobre o estado da sua conservação ou a magnitude de suas predações de rebanhos domésticos. Para abordar esta informação, avaliamos: 1) o impacto de caça a P. concolor em resposta tanto à predação de rebanhos domésticos quanto às variáveis como presença ou não de fragmento florestal preservado; 2) tamanho e manejo da criação, que estão associadas a tais eventos em propriedades da zona rural do município de Itaetê, Chapada Diamantina, Bahia, Brasil. Os dados foram obtidos mediante coleta de vestígios, como animais predados, pegadas e pele, como forma de auxiliar na comprovação da presença de P. concolor na região. Para avaliar a percepção dos fazendeiros e seu impacto na pecuária, conduzimos entrevistas semiestruturadas entre novembro de 2013 e junho de 2014 a 24 gerentes e/ou proprietários das fazendas. Consideramos cada propriedade como uma unidade de análise independente. Das 24 fazendas visitadas, houve eventos de predação em 13, com mais de um ataque de uma única vez. Todos os informantes relataram que as predações acometem apenas os caprinos, tendo como predador principal a P. concolor. Os Maiores números de animais predados ocorreram em fazendas onde o manejo era de confinamento noturno, contrariando a literatura. Por nossa área de estudo ter parte de seu território englobado pelo Parque Nacional da Chapada Diamantina, merece maior atenção. Para isso, torna-se necessária a implantação de medidas preventivas para minimizar os ataques e, assim, favorecer a conservação do felino na região.