Com base nos princípios que fundam a liberdade de expressão e a mídia pública, este artigo pretende dar uma contribuição crítica ao que tem sido geralmente denominado de “modelo político senegalês”, considerado como um dos raros modelos de democracia na África francófona durante as três primeiras décadas após a independência (1960 – 1990). No que se refere à mídia, esta pesquisa visa a mostrar que a televisão nacional não teve, na verdade, um funcionamento mais democrático do que de outros países dessa parte do continente africano e que viviam, na época, sob um regime de ditadura civil e militar suportado por um partido único. Da mesma forma como a televisão nacional zairense sob o presidente Mobutu, a emissora senegalesa também foi uma indiscutível ferramenta de propaganda, um “espelho do Estado” e um prisma que deformava a sociedade. Como resultado, a crise pós-colonial que atingiu o Senegal na virada dos anos 1980 – 1990 acabou por afetar a “sua” televisão.
Based on the principles that underlie press freedom and the public service of the media, this article is a critical contribution to what was commonly called the “Senegalese political model”, considered as one of the few models of democracy in Francophone Africa during the first three decades of independence (1960 – 1990). As far as the media are concerned, this research shows that during that period, national television was not actually run more democratically than those of other countries of this part of the continent, then under civil or military dictatorship backed by a single party. Just like Zaire national television under President Mobutu, the Senegalese one was also a formidable tool of propaganda, a “mirror of State” and a distorting prism of the society. As a result, the crisis that stroke the Senegalese postcolonial State at the turn of the 1980s did not spare “its” television.
En lo que se refiere a los medios, esta investigación pretende mostrar que la televisión nacional no tuvo, en realidad, un funcionamiento más democrático que el de otros países de esa parte del continente africano y que vivían, durante esa época, bajo un régimen de dictadura civil y militar apoyado por un partido único. De la misma forma que la televisión nacional zairense bajo el mandato del presidente Mobutu, la emisora senegalesa también fue una indiscutible herramienta de propaganda, un "espejo del Estado" y un prisma que deformaba a la sociedad. Como resultado, la crisis post-colonial que afectó a Senegal a principios de los años 1980-1990 acabó afectando a "su" televisión.