Objetivo: compreender as percepções de enfermeiros sobre a assistência no pré-natal às gestantes usuárias de substâncias psicoativas. Métodos: estudo qualitativo conduzido com enfermeiros atuantes na Atenção Primária à Saúde. A coleta de dados foi realizada por meio de formulário eletrônico, utilizando a técnica bola de neve via WhatsApp®. Para análise dos dados utilizou-se o método da análise temática de conteúdo. Resultados: participaram 21 enfermeiras, com idade entre 25 a 54 anos, com mais de 10 anos de atuação. Da análise temática emergiram três categorias: “lacunas de aprendizagem e desafios estruturais na assistência pré-natal de gestantes usuárias”; “práticas de cuidado e dificuldades na assistência pré-natal de gestantes usuárias”; “propostas para qualificação do cuidado em saúde mental perinatal”. Conclusão: a assistência é permeada pela ausência de formação específica na graduação, escassez de capacitação continuada, fragilidade nos fluxos de encaminhamento para a rede de atenção psicossocial e insegurança na abordagem do tema. Apesar do cenário, enfermeiros apontam que a criação de fluxos de encaminhamento, educação permanente e manuais podem qualificar a assistência. Contribuições para a prática: compreender a experiência de enfermeiros ao público pode subsidiar políticas públicas que fortaleçam a atuação profissional e qualifiquem o cuidado.
Objective: to understand the perceptions of nurses regarding prenatal care for pregnant women who use psychoactive substances. Methods: this was a qualitative study conducted with nurses working in Primary Health Care. Data collection was performed through an electronic form using the snowball sampling technique via WhatsApp®. Thematic content analysis was employed for data analysis. Results: the study included 21 female nurses, aged 25 to 54 years, with over 10 years of professional experience. Three thematic categories emerged from the analysis: "Learning gaps and structural challenges in the prenatal care of pregnant substance users"; "Care practices and difficulties in the prenatal care of pregnant substance users"; and "Proposals for qualifying perinatal mental health care". Conclusion: the provision of care is permeated by a lack of specific undergraduate training, a scarcity of continuing education, weaknesses in referral pathways to the psychosocial care network, and insecurity in approaching the topic. Despite this scenario, nurses suggest that the creation of referral flows, permanent education programs, and clinical guidelines could enhance the quality of care. Contributions to practice: understanding the experiences of nurses who provide care to this population can inform public policies aimed at strengthening professional practice and improving the quality of care.