Práticas de organização da comunidade surda: articulações a partir da cultura

Reflexão e Ação

Endereço:
Avenida Independência, 2293 - Bloco 10, Sala 1020A - Universitário
Santa Cruz do Sul / RS
96815-900
Site: http://online.unisc.br/seer/index.php/reflex/index
Telefone: (51) 3717-7543
ISSN: 1982-9949
Editor Chefe: Cheron Zanini Moretti
Início Publicação: 31/10/1990
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Educação

Práticas de organização da comunidade surda: articulações a partir da cultura

Ano: 2015 | Volume: 23 | Número: 3
Autores: L. Camatti, M. L. Lunardi-Lazzarin
Autor Correspondente: L. Camatti | [email protected]

Palavras-chave: organização comunitária, cultura surda, comunidade surda

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

A comunidade surda vem sendo frequentemente entendida como um espaço de segurança no qual a diferença surda pode ser vivida com confiabilidade e acolhimento. O objetivo deste artigo é compreender como a comunidade surda se organiza e chega a ser narrada como tal. Partiu-se de estudos de vertente pós-estruturalista para analisar a materialidade produzida para esta pesquisa. Foram realizadas entrevistas com professores e alunos surdos, integrantes de escolas específicas para surdos e participantes ativos dos movimentos comunitários. Com a análise da materialidade, discutiu-se que pertencer a uma comunidade implica vincular-se a um código de convívio que se forja a partir de uma intencionalidade comum. No caso da comunidade surda, a referência que pauta a sua organização é o que se convencionou chamar de artefatos culturais do povo surdo. Entretanto, a relação de pertencimento à comunidade pode ser delimitada pelo quanto cada sujeito pode/deseja mover-se pela sua lei. Vê-se, assim, que o agrupamento comunitário agrega muitos elementos além do simples sentimento de ser surdo, justificado unicamente pelo compartilhamento da mesma cultura.



Resumo Inglês:

The deaf community has often been understood as a safe place in which the deaf difference can be reliably and cozily experienced. The aim of this paper is to understand how the deaf community is organized and narrated as such. Post-structuralist studies have been used to analyze the materials produced for this research. Deaf teachers and students from deaf schools who have actively participated in community movements were interviewed. The analysis of the materials has shown that belonging to a community involves following a living code created with a common intention. In the deaf community, the reference grounding its organization is what has been known as cultural artifacts of deaf people. However, belonging to the community is delimited by the extent to which one is able or willing to move in accordance to the community rules. Thus, we can see that the community aggregates elements other than just the feeling of being deaf, only justified by sharing the same culture.



Resumo Espanhol:

La comunidad sorda viene siendo entendida frecuentemente como un espacio de seguridad en la cual la diferencia sorda puede ser vivida con confiabilidad y acogimiento. El objetivo de este artículo es comprender como la comunidad sorda se organiza y llega a ser descrita como tal. Se partió de estudios de vertientes pos-estructuralistas para analizar la materialidad producida para esta investigación. Fueron realizadas entrevistas con profesores y alumnos sordos, integrantes de escuelas específicas para sordos y participantes activos de los movimientos comunitarios. Con el análisis de estos aspectos, se discutió que pertenecer a una comunidad implica vincularse a un código de convivencia que se forja a partir de una intencionalidad en común. En el caso de la comunidad sorda, la referencia que orienta su organización es de los llamados artefactos culturales del pueblo sordo. Entretanto, la relación de pertenencia a la comunidad puede ser delimitada por cuánto cada sujeto desee/pueda moverse por su propia ley. Véase así, que la agrupación comunitaria agrega muchos elementos además del simple sentimiento de ser sordo, justificado únicamente por el hecho de compartir la misma cultura.