Desde a adoção do sistema acusatório pelo Uruguai em 2017, o Brasil se tornou o único país das Américas a manter um processo penal de matriz inquisitorial. O presente editorial discute a crise de legitimidade do Judiciário brasileiro e propõe o Tribunal do Júri como modelo paradigmático de democratização da justiça penal. Ao reforçar características como oralidade, publicidade, participação comunitária e soberania dos vereditos, sustenta-se que o júri é a expressão mais avançada do sistema acusatório no Brasil. Argumenta-se que sua ampliação e fortalecimento representam o caminho necessário para superar as práticas autoritárias ainda presentes no processo penal nacional.
Since Uruguay adopted the adversarial system in 2017, Brazil has become the only country in the Americas to retain an inquisitorial criminal procedure. This editorial addresses the Brazilian Judiciary’s legitimacy crisis and proposes the Jury Trial as a paradigmatic model for democratizing criminal justice. By emphasizing features such as orality, publicity, community participation, and the sovereignty of verdicts, it argues that the jury is the most advanced expression of the adversarial system in Brazil. The editorial advocates for its expansion and strengthening as a necessary step to overcome the authoritarian legacy that persists in national criminal procedure.