O estatuto da medicalização e as interpretações de Ivan Illich e Michel Foucault como ferramentas conceituais para o estudo da desmedicalização.

Interface: Comunicação Saúde Educação

Endereço:
Departamento de Saúde Coletiva FMB UNESP Distrito de Rubião Junior, s/n
/ SP
18618-970
Site: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_serial&pid=1414-3283&lng=pt&nrm=iso%20/%20http%3A//www.interface.org.br
Telefone: (14) 3811 6464
ISSN: 1807-5726
Editor Chefe: Antonio P. P. Cyrino
Início Publicação: 31/07/1997
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Multidisciplinar

O estatuto da medicalização e as interpretações de Ivan Illich e Michel Foucault como ferramentas conceituais para o estudo da desmedicalização.

Ano: 2012 | Volume: 16 | Número: 40
Autores: P. Gaudenzi; F. Ortega.
Autor Correspondente: P. Gaudenzi | [email protected]

Palavras-chave: Saúde coletiva. Medicalização. Autonomia. Biopoder.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Analisa-se o termo medicalização nos estudos de Illich e Foucault, com vistas a oferecer ferramentas conceituais para o estudo dos movimentos contestatórios à medicalização. Illich aborda a hipertrofia da medicalização na modernidade, ressaltando o efeito de redução da autonomia dos sujeitos, sobretudo pelo fato de as instituições médicas assumirem a responsabilidade de cuidar da dor, transformando seu significado íntimo e pessoal em um problema técnico. Foucault aborda a medicalização a partir da noção de biopoder, e, quando trabalha a noção de governamentalidade, abre espaço para a análise das formas de resistência dos indivíduos ao exercício do poder. Ambos os trabalhos, que têm como preocupação propor formas de exercício da liberdade - apesar de Foucault o fazer de forma mais detalhada e diversificada - parecem apropriados para se pensar o processo atual de desmedicalização ou recusa do diagnóstico médico por parte de seus portadores ou familiares.



Resumo Inglês:

The term medicalization in the studies by Illich and Foucault was analyzed, in order to provide conceptual tools for studying movements that contest medicalization. Illich addressed hypertrophy of medicalization in modern life by emphasizing the effect of reductions of subjects' autonomy, especially through the fact that medical institutions take on the responsibility of treating pain, thus turning its intimate and personal meaning into a technical problem. Foucault approaches medicalization from the notion of biopower, and in examining the concept of governmentality, he made it possible to analyze individuals' ways of resisting the wielding of that power. Both works were concerned with proposing forms of exercising freedom, although Foucault did this in a more detailed and diversified manner. They both seem appropriate for reflecting on the current process of demedicalization or situations in which the medical diagnosis is rejected by the patient or members of his family.



Resumo Espanhol:

Este articulo analiza el término medicación en los estudios de IIlich y Foucault con el objetivo de ofrecer herramientas conceptuales para el estudio de los movimientos resistentes a la medicación. Illich aborda la hipertrofia de la medicación en la modernidad subrayando el efecto de reducción de la autonomía de los sujetos, ya que las instituciones médicas asumen la responsabilidad de cuidar del dolor, transformando su significado íntimo y personal en un problema técnico. Foucault trata la medicación a partir de la noción de bio-poder. Al analizar la noción de guber-mentalidad abre espacio para el análisis de formas de resistencia de los individuos al ejercicio del poder. Ambos trabajos se preocupan en proponer formas de ejercicio de la libertad y parecen apropiados para entender el proceso actual de des-medicación o de rechazo al diagnóstico medico por parte de sus portadores o familiares.