A Constituição brasileira reconheceu os direitos originários sobre as terras tradicionalmente ocupadas pelos Ãndios, bem como a organização social destes com todos seus elementos culturais. Não obstante, essas disposições não receberam efetiva aplicação pelo Estado brasileiro. Este estudo tem por objetivo relacionar o multiculturalismo com a sustentabilidade, tendo como objeto o reconhecimento do direito à s terras indÃgenas. São explicitados as bases fundamentais para o conceito de multiculturalismo e os debates que esse conceito implica, com ênfase para a questão indÃgena. Em seguida, são abordados os direitos indÃgenas reconhecidos tanto no plano internacional como no interno, com o foco voltado para o direito à s terras indÃgenas, apontando-se, entre outras considerações, a inaplicabilidade de grande parte do vigente Estatuto do Ãndio brasileiro. Então, o conceito de sustentabilidade vem à tona, com breves apontamentos a respeito da literatura pertinente, para ser atrelada ao reconhecimento das terras indÃgenas e ao relacionamento dos Ãndios com o meio ambiente e suas terras. Conclui-se que é necessário contextualizar o reconhecimento constitucional do direito à s terras indÃgenas a um ideal multicultural e que o ordenamento jurÃdico já reconhece que essa compreensão em muito pode contribuir para que o objetivo da sustentabilidade seja alcançado.