O conceito de Educação em Hegel

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ISSN: 1807-5726
Editor Chefe: Antonio P. P. Cyrino
Início Publicação: 31/07/1997
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Multidisciplinar

O conceito de Educação em Hegel

Ano: 2001 | Volume: 5 | Número: 9
Autores: P. G. Novelli
Autor Correspondente: P. G. Novelli | [email protected]

Palavras-chave: Filosofia; educação; liberdade; formação de conceito.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

A educação sempre mereceu atenção por parte dos filósofos. Basta citar o exemplo de Sócrates ensinando em praça pública. Sua atividade era um convite ao saber. O filósofo alemão G. W. F. Hegel ( 1770 – 1834 ) também não ficou indiferente a essa questão muito embora não tenha se manifestado detidamente sobre ela em sua obra. No entanto, Hegel sempre ocupou cargos ou desempenhou funções relacionadas à educação. Por isso é possível apontar essa preocupação em sua filosofia e sugerir as possíveis contribuições. Para Hegel não há sociedade que se sustente sem a educação, pois ela é expressão da razão que busca estabelecer a liberdade e implantá-la enquanto prática corrente. Disso deriva a concepção hegeliana de homem que se caracteriza pela construção de si com seus semelhantes através da história. Esse homem é responsável pelo seu destino e por sua felicidade que não se identifica de forma absoluta com qualquer estrutura material. Nesse sentido Hegel atribui centralidade ao conteúdo e não aos métodos e técnicas. O conteúdo deve ser ministrado enquanto direito e também necessidade, pois é por ele que o homem aprende a ser livre, isto é, racional. A liberdade como fim da educação somente se realiza na totalidade da comunidade o que implica a superação de posicionamentos individualistas.



Resumo Inglês:

Education has always held the attention of philosophers. Suffice it to refer to the example of Socrates teaching the public in open spaces. His activity was an invitation to learning. The German philosopher G. W. F. Hegel (1770-1834) also was not indifferent to this issue, even though he did not refer to it in detail in his works. However, Hegel always held positions or carried out functions related with education. Therefore, one can point at this concern in his philosophy and suggest what his possible contributions to the field were. As far as Hegel is concerned, no society can survive without education, as it is the expression of reason trying to both establish freedom and implement it as a common practice. This is what the Hegelian idea of man derives from, its being characterized by the construction of the self with its peers throughout history. This man is responsible for his destiny and for his happiness, which is not identified with any material structure. In this sense, Hegel attributes centrality to content rather than to methods and techniques. Content must be offered as a right and a need, because it is through content that man learns to be free, i.e., rational. Freedom as the purpose of education can only come about across the totality of the community, which implies in overcoming individualistic positions.



Resumo Espanhol:

La Educación siempre mereció la atención de los filósofos. Basta citar el ejemplo de Sócrates que enseñaba en plaza pública. Su actividad era una propuesta, una invitación a la sabiduría. El filósofo alemán G.W.F. Hegel (1770-1834) tampoco fue indiferente a esta cuestión, aun sin haberse manifestado exhaustivamente en su obra sobre la educación. No obstante, Hegel siempre ocupó puestos y desempeñó funciones relacionadas con la educación. Por eso es posible reconocer esa preocupación en su filosofía y así apuntar sus posibles contribuciones. Para Hegel no hay sociedad sin educación, pues ella es la expresión de la razón que intenta establecer la libertad y hacer de ella una práctica corriente. De aquí deriva la concepción hegeliana de hombre, que se caracteriza por la construcción de éste con sus semejantes a través de la historia. Este hombre es responsable por su destino y felicidad, que no se identifica en absoluto con ninguna cuestión material. En este sentido Hegel da centralidad al contenido y no al método y técnica. El contenido debe ser impartido por derecho y necesidad, pues es por él que el hombre aprende a ser libre, o sea, racional. La libertad como fin de la educación solamente se realiza en la totalidad de la comunidad, lo que implica la superación de las posiciones individualistas.