Desde a gênese da formação social brasileira, a teoria social e a experiência estética nacional assumiram formas variadas na tentativa de adequar os conceitos e as categorias teóricas clássico-européias à s caracterÃsticas singulares do Brasil. Pretende-se neste ensaio reconstruir alguns elementos da dialética entre as nossas singularidades e o ritmo universal e desigual da acumulação capitalista, assim como sublinhar algumas das formas através das quais nossa experiência intelectual e estética respondeu a ela. Busca-se igualmente versar algumas notas preliminares sobre a importância e o significado dessas questões no mundo atual, quando o próprio processo de modernização, naquele seu sentido clássico (que determinou boa parte da nossa melhor tradição teórica), parece estar se esgotando, a ponto de o ritmo desigual e dualista da nossa modernidade, recheada de grandes bolsões de pobreza, tornar-se enfim uma das expressões mais sintomáticas da fratura social do capitalismo contemporâneo.