O Auxílio Emergencial (AE) constituiu-se enquanto medida de proteção social estruturada no contexto da pandemia de Covid-19, de forma a reforçar características ligadas à forma de atendimento e entendimento da pobreza no território nacional. A pesquisa realizada objetivou demonstrar a estruturação do Auxílio Emergencial enquanto medida adotada pelo Estado, a fim de evidenciar seu caráter paliativo frente às desigualdades sociais no Brasil. O artigo se propõe problematizar como o AE perpetua a reprodução de medidas de proteção social que não incidem na resolutividade das causas da pobreza. A metodologia ampara-se em abordagem qualitativa, com enfoque exploratório,
utilizando-se de pesquisa bibliográfica e documental. Os resultados apontam que a pobreza é apreendida pelo Estado como discrepância de renda entre sujeitos, o que descaracteriza seus aspectos multidimensionais. As iniciativas adotadas configuram-se ações focalizadas e paliativas com aplicabilidade em curto prazo, pois, de forma imediata, se mostram de pouca eficácia para suprir as demandas da população.
The Emergency Aid (Auxílio Emergencial, or Emergency Aid) was established as a social protection measure structured in the context of the COVID-19 pandemic, aiming to reinforce characteristics linked to the way in which poverty is served and understood in Brazil. The research aimed to demonstrate the structure of the Emergency Aid as a measure adopted by the State, highlighting its palliative nature in the face of social inequalities in Brazil. The article aims to problematize how the AE perpetuates the reproduction of social protection measures that fail to address the causes of poverty. The methodology is based on a qualitative approach with an exploratory focus,
using bibliographic and documentary research. The results indicate that poverty is perceived by the State as a discrepancy in income between individuals, which distorts its multidimensional aspects. The initiatives adopted are focused and palliative actions with
short-term applicability, as they prove to be ineffective in meeting the population's immediate needs.