A crescente prática do analista do comportamento em realidades institucionais diversificadas e complexas, como, por exemplo, o hospital, tem exigido o repensar dessa prática profissional, no sentido de reformular posturas e delinear novas estratégias de intervenção. Sabe-se que o atendimento a pacientes oncológicos é uma das intervenções a ser realizada pelo psicólogo da saúde nos hospitais. O câncer é um problema de saúde pública, que tem a prevenção, o diagnóstico precoce e a reabilitação como pontos fundamentais da luta contra a doença. Quando não é possível curar, o alívio do sofrimento torna-se o alvo de intervenção. O presente artigo relata a experiência de uma estagiária de Psicologia em um hospital que atende a pacientes com câncer da cidade de Londrina e região e tem como objetivos descrever algumas dificuldades encontradas durante o desenvolvimento do estágio e apontar possíveis soluções para as mesmas. O trabalho foi desenvolvido com 80 pacientes oncológicos e 15 familiares e teve a duração de um ano e meio. Foram atendidos pacientes das alas de quimioterapia e cobalto terapia, bem como pacientes internados para procedimentos pré e pós-cirúrgicos. Para a realização das intervenções adotaram-se os pressupostos teóricos da Análise do Comportamento, ao mesmo tempo em que se procurou criar estratégias de intervenção que pudessem solucionar, ou ao menos minimizar as dificuldades encontradas pelos pacientes. A implementação das intervenções mostrou que as estratégias desenvolvidas foram efetivas no sentido de aliviar o sofrimento e propiciar adaptação às contingências produzidas pela doença, ambiente hospitalar, procedimentos de tratamento e isolamento do convívio familiar, dentre outras. O artigo aponta para a necessidade de um trabalho em equipe interdisciplinar que possa melhor atender os objetivos de atuação de cada área individualmente, integrando esforços que possam contemplar mais amplamente a saúde e qualidade de vida da população atendida.
The growing practice of behavior analysts in diverse and complex institutional settings, such as hospitals, has required a rethinking of this professional practice, in order to reformulate attitudes and outline new intervention strategies. It is known that the care of cancer patients is one of the interventions to be carried out by health psychologists in hospitals. Cancer is a public health problem, with prevention, early diagnosis and rehabilitation as fundamental points in the fight against the disease. When it is not possible to cure, alleviating suffering becomes the target of intervention. This article reports the experience of a psychology intern at a hospital that treats cancer patients in the city of Londrina and the surrounding region. Its objectives are to describe some difficulties encountered during the development of the internship and to point out possible solutions for them. The work was developed with 80 cancer patients and 15 family members and lasted a year and a half. Patients in the chemotherapy and cobalt therapy wards were treated, as well as patients hospitalized for pre- and post-surgical procedures. The theoretical assumptions of Behavior Analysis were adopted to carry out the interventions, while at the same time seeking to create intervention strategies that could solve, or at least minimize, the difficulties encountered by the patients. The implementation of the interventions showed that the strategies developed were effective in alleviating suffering and facilitating adaptation to the contingencies produced by the disease, hospital environment, treatment procedures and isolation from family life, among others. The article points to the need for interdisciplinary teamwork that can better meet the objectives of each area individually, integrating efforts that can more broadly contemplate the health and quality of life of the population served.
