O mundo natural é compreendido como necessário ser tratado, civilizado para se adequar à presença humana, aos seus anseios e aos princípios de civilidade. A natureza é cenário para a ação humana como se o homem dela estivesse apartado. No oeste de Minas Gerais, na região de cerrado, inicialmente habitada por nativos caiapós e araxás, os geralistas provenientes de outras regiões implementaram uma série de ações, a fim de transformar as feições primitivas da paisagem em uma com a qual se identificassem. O artigo examina a produção denominada Sertão da Farinha Podre – Romance histórico dos primórdios, de Ernesto Rosa. O livro busca construir uma narrativa plausível para explicar como a região alcançou aquilo que o autor considera civilização com a transformação da paisagem natural em cidades desenvolvidas onde o conhecimento humano se sobrepõe à natureza.