A natureza dos vírus sob a teoria do gene egoísta de Dawkins

Revista Sítio Novo

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ISSN: 2594-7036
Editor Chefe: Kallyana Moraes Carvalho Dominices
Início Publicação: 19/10/2017
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Multidisciplinar

A natureza dos vírus sob a teoria do gene egoísta de Dawkins

Ano: 2021 | Volume: 5 | Número: 1
Autores: Geonildo Rodrigo Disner
Autor Correspondente: Geonildo Rodrigo Disner | [email protected]

Palavras-chave: Evolução. Genes. Replicador. Seleção natural. Vírus.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

A pandemia de COVID-19 levantou um antigo debate sobre a natureza dos vírus. Baseado em conceitos estritos, eles não têm metabolismo, homeostase interna, crescimento ou se replicam sem um hospedeiro, portanto, não poderiam estar vivos. A descoberta de vírus gigantes retoma o papel dos vírus na evolução, pois exibem maior complexidade e carregam um genoma extenso, dependendo menos do hospedeiro. Os vírus devem ter evoluído de organismos mais complexos e perdido seus genes temporalmente, reduzindo-os ao essencial. Pela teoria do gene egoísta de Dawkins, a seleção natural atua sobre genes específicos como unidade de seleção. Esse replicador usa veículos transitórios em favor de sua multiplicação, e o aspecto egoísta mantém as características sendo transmitidas. Do ponto de vista da seleção natural, replicadores ou genes virais, que menos replicam, diminuirão em frequência. O fato de manterem a estrutura simples não implica o status inerte dos vírus. Os limites entre vivo versus não-vivo é um contínuo; e essa classificação é mais um debate filosófico e semântico que científico. Esta revisão visa reunir informações sobre a origem dos vírus e a relação com a vida primordial através de uma revisão narrativa da literatura. Por meio do entendimento acerca da onipresença e aspectos evolutivos dos vírus, é possível chegar a um entendimento geral de que estes podem ser classificados como seres vivos, pois expressam informações hereditárias e evoluem através da seleção natural.



Resumo Inglês:

The COVID-19 outbreak brought up a long-standing debate about the nature of viruses. Based on strict concepts of life, they do not grow, have metabolism and internal homeostasis, or replicate without a host, so they could not be alive. The discovery of giant viruses revives their role in early evolution. They exhibit greater complexity and carry an extensive genome, depending less on the host. Viruses must have evolved from more complex organisms and lost their genes, reducing to the essentials. According to Dawkins’ selfish gene theory, the evolution by natural selection acts on specific genes as a unit of selection. This replicator uses transient ‘vehicles’ in favor of its multiplication, and the selfish aspect keeps genetic traits passing on. From natural selection perspective, the replicators or viral genes which least replicate will decrease in frequency. The fact that they kept it simple in structure does not imply the inert status. Boundaries between living vs. nonliving are a continuum, this classification may be a philosophical and semantics debate rather than scientific. This review aims to gather information about the origin of viruses and the relationship with primordial life through a narrative review of the literature. Through the comprehension aboutthe ubiquity and evolutionary aspects of viruses, it is possible to reach a general understanding that they can be classified as living beings, as they express hereditary information and evolve through natural selection.