MULHERES E PATRIARCADO: RELAÇÕES DE DEPENDÊNCIA E SUBMISSÃO NAS CASAS DE FARINHA DO AGRESTE ALAGOANO
Revista Sociais e Humanas
MULHERES E PATRIARCADO: RELAÇÕES DE DEPENDÊNCIA E SUBMISSÃO NAS CASAS DE FARINHA DO AGRESTE ALAGOANO
Autor Correspondente: Milka Alves Correia Barbosa | [email protected]
Palavras-chave: Patriarcado, Divisão do trabalho sexual, Gênero, Mulheres, Casas de Farinha
Resumos Cadastrados
Resumo Português:
Este estudo procurou analisar os aspectos do trabalho das mulheres nas casas de farinha do Agreste Alagoano que ainda reproduzem o padrão de dominação do patriarcado tradicional brasileiro. O patriarcado caracteriza-se pela extraordinária influência que exerce na organização social do Brasil desde a época da colonização até os dias atuais. O quadro teórico foi construÃdo sobre divisão do trabalho sexual e divisão sexual do trabalho, patriarcado, mandioca e casas de farinha. A abordagem metodológica foi a pesquisa qualitativa e realizou-se um estudo de caso, delimitado pelo conjunto de casas de farinha localizadas no agreste alagoano. Os dados foram coletados por meio de entrevistas semi-estruturadas e observação direta e analisados a partir da técnica da análise de conteúdo. A dupla jornada de trabalho (casa de farinha e trabalhos domésticos), a baixa remuneração, as condições precarizadas de trabalho, o respeito e a lealdade à autoridade do dono da casa de farinha – como provedor de salário, comida, trabalho -, são algumas das condições que alimentam a exploração sob as quais as trabalhadoras estão submetidas. Nas casas de farinha estudadas, a divisão sexual do trabalho é aceita e naturalizada como resultado de diferenças fÃsicas entre homens e mulheres. Os resultados mostraram que vários aspectos do trabalho das mulheres nas casas de farinha do Agreste Alagoano ainda reproduzem o padrão de dominação do patriarcado tradicional brasileiro.