Movimentos sociais e militância como estratégia de enfrentamento performática

Revista Brasileira de Estudos da Homocultura (REBEH)

Endereço:
Avenida Fernando Corrêa da Costa, 2367 - Boa Esperança
Cuiabá / MT
Site: http://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/rebeh/index
Telefone: (63) 9988-4412
ISSN: 2595-3206
Editor Chefe: Bruna Andrade Irineu
Início Publicação: 01/01/2018
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Multidisciplinar

Movimentos sociais e militância como estratégia de enfrentamento performática

Ano: 2019 | Volume: 2 | Número: 2
Autores: Mateus Aparecido de Faria, Maria Carmen Aires Gomes, Celina Maria Modena
Autor Correspondente: Mateus Aparecido de Faria | [email protected]

Palavras-chave: LGBT; Militância; Movimentos Sociais; Performatividade

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

A comunidade de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, queer e outras identidades é o foco deste artigo por conta das formas que tem construído para lidar com violações de direitos ligados aos gêneros e as orientações sexuais em espaços sanitários, educacionais e políticos. Buscou-se compreender as estratégias de enfrentamento em relação a essas violências por uma lente pósestruturalista, entendendo-as como performatividades. Dessa forma, o objetivo desse artigo é identificar e analisar as estratégias de enfrentamento contra violências motivadas por preconceitos em face de gêneros e/ou orientações sexuais, com foco no agir militante e nos movimentos sociais. Pesquisa qualitativa, realizada através de entrevistas com roteiro semiestruturado com nove pessoas não cisheterossexuais. O grupo foi formado através da técnica Bola de Neve, tendo os movimentos sociais como informantes-chave na cadeia de contatos. As narrativas foram analisadas por meio de Análise do Discurso Crítica, ligada à Teoria Social do Discurso, juntamente com o auxílio do software KitConc versão 4.0. De acordo com as participantes dessa pesquisa, a militância é construída quase como de forma deôntica, pois auxilia na busca por uma vida boa em meio a vida ruim. Seja pela conversa com um amigo ou com o pai dele, o diálogo firma-se como o cerne militante de pessoas LGBTQ+. Aparece ainda a automilitância como a resistência de si, da incapacidade de despossuir-se, da ilusória autossuficiência do ser humano.



Resumo Inglês:

The community of lesbians, gays, bisexuals, transvestites, transsexuals, queers and other identities is the focus of this article because of the ways it has built to deal with gender-based rights violations and sexual orientations in health, educational and political spaces. We sought to understand the coping strategies in relation to these violence through a post-structuralist lens, understanding them as performativities. Thus, the objective of this article is to identify and analyze coping strategies against violence motivated by prejudices in the face of genders and / or sexual orientations, with a focus on militant actions and social movements. Qualitative research, conducted through interviews with a semi-structured script with nine non-cisheterosexual people. The group was formed using the Snow Ball technique, with social movements as key informants in the chain of contacts. The narratives were analyzed through Critical Discourse Analysis, linked to the Social Theory of Discourse, together with the aid of KitConc software version 4.0. According to the participants in this research, militancy is built almost as a deontic way, as it helps in the search for a good life amid bad life. Whether through conversation with a friend or his father, dialogue is established as the militant core of LGBTQ + people. Self-harassment also appears as the resistance of the self, the inability to dispose of it, the illusory self-sufficiency of the human being.



Resumo Espanhol:

La comunidad de lesbianas, gays, bisexuales, travestis, transexuales, homosexuales y otras identidades es el tema central de este artículo debido a las formas en que se ha construido para abordar las violaciones de los derechos de género y las orientaciones sexuales en los espacios de salud, educación y política. Intentamos comprender las estrategias de afrontamiento en relación con esta violencia a través de una lente postestructuralista, entendiéndolas como performatividades. Por lo tanto, el objetivo de este artículo es identificar y analizar estrategias de afrontamiento contra la violencia motivadas por prejuicios frente a géneros y / u orientaciones sexuales, con un enfoque en acciones militantes y movimientos sociales. Investigación cualitativa, realizada a través de entrevistas con un guión semiestructurado con nueve personas no cisheterosexuales. El grupo se formó utilizando la técnica Snow Ball, con movimientos sociales como informantes clave en la cadena de contactos. Las narrativas se analizaron a través del Análisis Crítico del Discurso, vinculado a la Teoría Social del Discurso, junto con la ayuda del software KitConc versión 4.0. Según los participantes en esta investigación, la militancia se construye casi como una forma deóntica, ya que ayuda en la búsqueda de una vida buena en medio de la mala vida. Ya sea a través de una conversación con un amigo o su padre, el diálogo se establece como el núcleo militante de las personas LGBTQ +. La autocompasión aparece como la resistencia del yo, de la incapacidad para deshacerse, de la ilusoria autosuficiencia del ser humano.