Partindo da acedência ideológica do conceito de modernidade, o artigo ora apresentado assenta-se na tentativa de antever alguns aspectos especÃficos da proposição, comum a Daniel Bensaïd e Michael Löwy, de que o marxismo deve se constituir como uma crÃtica moderna da modernidade. Neste trajeto, busca-se ressaltar as implicações teóricas e polÃticas de tal postura, conflagrada em um contexto marcado pela emergência de uma lógica cultural pós-moderna (JAMESON, 1996), a qual colocara em questão alguns dos fundamentos do discurso filosófico da modernidade. Para tanto, verifica-se as formas pelas quais tanto Bensaïd quanto Löwy articulam suas crÃticas (a partir de suas apropriações especÃficas da obra de Walter Benjamin) do “progresso†histórico da modernidade, com ênfase especial sobre a importância que eles conferem à luta ecológica, situando-a como momento indispensável da crÃtica anticapitalista à lógica destrutiva do paradigma produtivo e societário moderno – crÃtica que, diferenciando-se da simples recusa “pós-moderna†da modernidade, retém (rearticulando-as) algumas conquistas e potencialidades emancipatórias imanentes ao mundo moderno.