A menina do banco das mais atrasadas da escola da mestra Silvina

Leitura em Revista (L.E.R.)

Endereço:
Rua Marquês de São Vicente - n. 225 - Gávea
Rio de Janeiro / RJ
22451-900
Site: http://ler.iiler.puc-rio.br/index.php/LER/index
Telefone: (55) 2135-2719
ISSN: 21792801
Editor Chefe: Prof. Dr. Alessandro Rocha
Início Publicação: 01/10/2010
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Letras, Área de Estudo: Multidisciplinar

A menina do banco das mais atrasadas da escola da mestra Silvina

Ano: 2017 | Volume: 7 | Número: 12
Autores: Estela Maris Medeiros Jardim, Maria Andréia de Paula Silva
Autor Correspondente: Estela Maris Medeiros Jardim | [email protected]

Palavras-chave: autodidatismo; Cora Coralina; formação; leitora

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Cora Coralina foi levada à escola aos cinco anos de idade e cursou somente dois anos escolares. No entanto, seus “pruridos literários, os primeiros escritinhos” (CORALINA, 1984) a partir dos seus 14 anos compuseram uma obra repleta de marcas memorialísticas, autobiográficas e gastronômicas. Por força dos costumes da época, segundo os quais a mulher letrada, afeita à escrita, não dava boa dona de casa, Coralina viu-se impedida de continuar seus estudos, sendo encerrada no lar para o adestramento necessário e o proveito como mão de obra doméstica. O presente artigo pretende analisar a formação da poeta como leitora[1]que, impulsionada por sua curiosidade, buscou nas revistas da mãe, nos calendários da casa, nos jornais impressos das cidades onde morou e para os quais escreveu, no secretariado voluntário ao marido advogado, no apoio às tarefas dos filhos e na livraria em que trabalhou, o aprendizado da língua portuguesa escrita e falada, tendo no autodidatismo o recurso libertador daquela mente fervilhante de versos e contos. Buscar-se-á aprimorar a análise de alguns textos da poeta com as proposições de François Bresson sobre a leitura e suas dificuldades, as reflexões de Jean Hébrard sobre o autodidatismo, a visão para além do escrito de Eliana Yunes.