Lésbicas Negras: A invisibilidade na política contemporânea da Bahia

Revista Brasileira de Estudos da Homocultura (REBEH)

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ISSN: 2595-3206
Editor Chefe: Bruna Andrade Irineu
Início Publicação: 01/01/2018
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Multidisciplinar

Lésbicas Negras: A invisibilidade na política contemporânea da Bahia

Ano: 2019 | Volume: 2 | Número: 4
Autores: Daiane de Jesus Oliveira
Autor Correspondente: Daiane de Jesus Oliveira | [email protected]

Palavras-chave: Invisibilidade Lésbica, Participação Política, Raça

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O presente artigo tem como objetivo central abordar a discussão acerca da invisibilidade da mulher negra na política brasileira, especificamente no estado da Bahia, situado na região do País com o maior número de pessoas que se declaram negras, 81,4%, de acordo com pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada no ano de 2017. Ainda assim as mulheres negras, sobretudo quando lésbicas, possuem pouca expressão política em âmbito estadual. Os cargos de poder e expressão não ocupados por esses corpos, que são marginalizados, violentados, atacados, subjugados para se tornarem invisibilizados. Assim, a invisibilidade não é a inexistência ou a dificuldade de ver, mas a falta de visibilidade e expressão política. Até o presente momento, ano de 2020, nenhuma mulher autodeclarada lésbicas e negra foi eleita para cargos como de prefeita da capital baiana, Salvador, ou deputada estadual. Por isso, essa análise terá como foco a relação de gênero, raça e sexualidade nas mulheres eleitas em 2018 para cargo de deputada estadual na Bahia, última eleição para deputados e deputadas no Brasil, cujo os eleitos ainda ocupam os cargos. As mulheres negras e lésbicas são colocadas em uma posição de maior opressão, pois a não heterossexualidade ainda é adicionada como fator de exclusão social. Esse artigo tem como propósito trazer à tona o que é negligenciado pela sociedade, suscitando o debate para que mulheres lésbicas negras tenham mais espaço e destaque na esfera política, ampliando assim a possibilidade de acesso a um poder que lhes é negado de forma sistêmica, com ações explícitas e/ou veladas.



Resumo Inglês:

The main objective of this article is to address the discussion about the invisibility of black women in Brazilian politics, specifically in the state of Bahia, located in the region of the country with the largest number of people who declare themselves black, 81.4%, according to research by the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE), released in 2017. Even so, black women, especially when they are lesbians, have little political expression at the state level. The positions of power and expression not occupied by these bodies, which are marginalized, violated, attacked, subjugated to become invisible. Thus, invisibility is not the absence or difficulty of seeing, but the lack of visibility and political expression. To date, the year 2020, no self-declared lesbian and black woman has been elected to positions such as mayor of the capital of Bahia, Salvador, or state deputy. Therefore, this analysis will focus on the relationship of gender, race and sexuality in women elected in 2018 to the post of state deputy in Bahia, the last election for deputies in Brazil, whose elected representatives still occupy the positions. Black and lesbian women are placed in a position of greater oppression, as non-heterosexuality is still added as a factor of social exclusion. This article aims to bring out what is neglected by society, raising the debate for black lesbian women to have more space and prominence in the political sphere, thus expanding the possibility of access to a power that is denied them in a systemic way, with explicit and / or veiled actions.



Resumo Espanhol:

El objetivo principal de este artículo es abordar la discusión sobre la invisibilidad de las mujeres negras en la política brasileña, específicamente en el estado de Bahía, ubicado en la región del país con el mayor número de personas que se declaran negras, 81.4%, según investigación realizada por el Instituto Brasileño de Geografía y Estadística (IBGE), publicada en 2017. Aun así, las mujeres negras, especialmente cuando son lesbianas, tienen poca expresión política a nivel estatal. Las posiciones de poder y expresión no ocupadas por estos cuerpos, que son marginados, violados, atacados, subyugados para volverse invisibles. Por lo tanto, la invisibilidad no es la ausencia o la dificultad de ver, sino la falta de visibilidad y expresión política. Hasta la fecha, el año 2020, ninguna mujer lesbiana y negra autodeclarada ha sido elegida para cargos como alcalde de la capital de Bahía, Salvador o diputada estatal. Por lo tanto, este análisis se centrará en la relación de género, raza y sexualidad en las mujeres elegidas en 2018 para el puesto de diputada estatal en Bahía, la última elección para diputados en Brasil, cuyos representantes electos aún ocupan los cargos. Las mujeres negras y lesbianas se colocan en una posición de mayor opresión, ya que la no heterosexualidad todavía se agrega como un factor de exclusión social. Este artículo tiene como objetivo resaltar lo que la sociedad descuida, elevando el debate para que las mujeres lesbianas negras tengan más espacio y prominencia en la esfera política, ampliando así la posibilidad de acceso a un poder que se les niega de manera sistémica, con acciones explícitas y / o veladas.