O presente artigo tem como objetivo analisar a interferência do Supremo Tribunal Federal nas atribuições típicas dos Poderes Executivo e Legislativo no Brasil contemporâneo, com ênfase nos riscos que tal atuação pode representar para o equilíbrio institucional e a ordem democrática. A pesquisa, de natureza qualitativa e abordagem exploratória, utiliza como método a análise documental de decisões judiciais, dispositivos constitucionais e normas regimentais do STF. O estudo parte da constatação de que, nas últimas décadas, houve uma expansão do poder decisório da Corte, notadamente por meio de decisões monocráticas, controle concentrado de constitucionalidade e súmulas vinculantes. Tal fenômeno, muitas vezes justificado pela omissão dos demais Poderes, levanta questionamentos quanto à superação dos limites impostos pelo princípio da separação dos Poderes. Conclui-se que, embora o STF exerça papel essencial na proteção da Constituição, sua atuação deve estar condicionada à lógica republicana e ao respeito às competências dos demais Poderes, sob pena de erosão democrática e crise de legitimidade institucional.