Este artigo analisa os conflitos por água no estado do Pará a partir da noção de hidroterritórios, evidenciando como diferentes formas de apropriação e gestão da água produzem disputas territoriais em contextos rurais da Amazônia Paraense. Com base em revisão de literatura e análise de casos representativos, busca-se compreender as relações entre atores sociais, processos de territorialização e formas de exclusão que emergem da interação entre a dinâmica do capital e os modos de vida tradicionais. A abordagem da ecologia política, associada às categorias de hidroterritório e violência lenta, permite identificar os elementos que estruturam as disputas pelo acesso, uso e controle da água. O estudo aponta que os conflitos hídricos no Pará revelam uma crescente assimetria entre os interesses hegemônicos e os usos comunitários, exigindo uma governança mais inclusiva e sensível às territorialidades locais.