HETERONORMATIVIDADE E ABJEÇÃO NA ESCOLA: REFLEXÕES CONSTRUÍDAS JUNTO A UM GRUPO LGBTT NO INTERIOR DE SÃO PAULO

Expressa Extensão

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ISSN: 2358-8195
Editor Chefe: Marco Aurelio da Cruz Souza
Início Publicação: 31/05/2014
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Multidisciplinar

HETERONORMATIVIDADE E ABJEÇÃO NA ESCOLA: REFLEXÕES CONSTRUÍDAS JUNTO A UM GRUPO LGBTT NO INTERIOR DE SÃO PAULO

Ano: 2017 | Volume: 22 | Número: 2
Autores: Ana Paula Leivar Brancaleoni, Sylvia Maria Godoy Amorim
Autor Correspondente: Ana Paula Leivar Brancaleoni | [email protected]

Palavras-chave: heteronormatividade, escola, abjeção

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Vivemos em uma sociedade pautada no dispositivo cultural de poder da heteronormatividade. Assim, a homofobia e a transfobia, frequentemente já vivenciadas na família, são reproduzidas na escola. No presente trabalho, pretende-se construir compreensões sobre as vivências escolares de um grupo LGBT, que enfrentam condições de vulnerabilidade, na relação com a heteronormatividade, assim como elencar elementos importantes para a construção de um cotidiano escolar em que caiba a diversidade sexual e de gênero. Adotou-se uma abordagem de cunho cartográfico. O trabalho com o grupo foi desenvolvido em um centro de referência a pessoas em situação de rua que frequentavam o local para refeições e banho. Os encontros foram semanais ao longo de um ano. Utilizaram-se como instrumentos de coleta de dados: o diário de bordo e entrevistas. Constatou-se que as histórias demonstram com intensidade a ação da heteronormatividade enquanto dispositivo cultural de poder, legitimando hierarquizações e processos de exclusão e violência. A transfobia e homofobia resultaram em processos de isolamento e expulsão da escola, assim como da negação das condições básicas de aprendizado, expressas no não domínio da escrita e da leitura. Ao longo do trabalho desenvolvido, destacou-se o potencial do trabalho em grupo, através do qual puderam reconhecer e reinterpretar as próprias dores, entendendo-se como sujeitos que possuem uma história que merece ser contada e que apresenta um potencial de ajuda a outras pessoas que vivenciam condições semelhantes



Resumo Inglês:

We live in a society based on the cultural device of heteronormativity power. Thus, homophobia and transphobia, often experienced in the family, are reproduced in theschool. In the current study, we intend to for understandings about the school experiences of a LGBTT group, who experience conditions of vulnerability, in relation to heteronormativity, as well as to list important elements for the formation of a school where there’s room for sexual diversity. A cartographic approach wasadopted. The work with the group was developed in a reference center for street people who frequented soup kitchen for meals and bathing. The meetings were held weekly for a year. The data collection instruments used were: the logbook and interviews. It was verified that the stories demonstrate with intensity the action of the heteronormativity as cultural device of power, legitimating hierarchizations and the processes of exclusion and violence. Transphobia and homophobia resulted in processes of isolation and expulsion from school, as well as denial of basic learning conditions, expressed in the non-domain of writing and reading. Throughout the work developed, the potential of group work washigh lighted, through which they were able to recognize and reinterpret their own pains, understanding themselves as subjects who have a story that deserves to be told and that presents the potential of help for other people who experience similar conditions.