Heteroidentificação e ingresso de negros na UFMT: percurso e processo

Revista Brasileira de Estudos da Homocultura (REBEH)

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ISSN: 2595-3206
Editor Chefe: Bruna Andrade Irineu
Início Publicação: 01/01/2018
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Multidisciplinar

Heteroidentificação e ingresso de negros na UFMT: percurso e processo

Ano: 2019 | Volume: 2 | Número: 4
Autores: Erivã Garcia Velasco
Autor Correspondente: Erivã Garcia Velasco | [email protected]

Palavras-chave: Cotas Raciais; Heteroidentificação; Universidade Pública

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O artigo reflete o trabalho em curso na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), particularmente sobre a heteroidentificação para o ingresso com corte racial, coerente à Política de Cotas (Lei 12.711 de 2012), experiência que teve início em 2019, portanto encontra-se no seu segundo ano de implementação. Preocupados para que o acesso à vaga destinada às pessoas negras (pretos e pardos) fosse de fato garantido àqueles de direito, assim como dando respostas à força reivindicativa do movimento social negro em Mato Grosso, a UFMT nos últimos dois anos passa a contar com as comissões destinadas a realizar a comprovação de veracidade da Autodeclaração, que legítima e legal deve ser complementada com o processo de aferição racial fenotípica. O enfrentamento das ações fraudulentas nesse contexto constituiu também força propulsora dessa experiência que passa a dar visibilidade a uma agenda há algum tempo pautada no âmbito do movimento e coletivos negros, internos e externos à UFMT, para coibir as fraudes no sistema de cotas raciais e que encontram, então, ambiente institucional e administrativo para ganhar concretude. Permanecem, contudo, desafios para aprimorar práticas e em especial para manter este compromisso ético-político requerente de medidas que tanto necessitam de investimento em formação e capacitação como de estruturação como serviço institucional parte fundamental do sistema de ingresso numa Universidade que se reivindica inclusiva.



Resumo Inglês:

The article reflects the work in progress at the Federal University of Mato Grosso (UFMT), particularly on the hetero-identification for admission with racial cut, consistent with the Quota Policy (Law 12.711 of 2012), an experience that began in 2019, therefore in its second year of implementation. Concerned that access to the vacancy for black people (blacks and browns) would in fact be guaranteed to those in law, as well as providing answers to the claiming strength of the black social movement in Mato Grosso, UFMT in the last two years has started to rely on the commissions aimed at proving the veracity of the Self-Declaration, which is legitimate and legal, and must be complemented with the phenotypic racial assessment process. Coping with fraudulent actions in this context was also the driving force behind this experience, which has given visibility to an agenda for some time based on the movement and black collectives, internal and external to UFMT, to curb fraud in the racial quota system and which they find, then, an institutional and administrative environment to gain concreteness. However, challenges remain to improve practices and, in particular, to maintain this ethical-political commitment that requires measures that both require investment in training and capacity building and structuring as an institutional service, which is a fundamental part of the system of admission to a University that claims to be inclusive.



Resumo Espanhol:

El artículo refleja el trabajo en progreso en la Universidad Federal de Mato Grosso (UFMT), particularmente en la heteroidentificación para la admisión con corte racial, consistente con la Política de Cuotas (Ley 12.711 de 2012), una experiencia que comenzó en 2019, por lo tanto en su segundo año de implementación. Preocupado por el hecho de que el acceso a la vacante para personas negras (negros y marrones) de hecho estaría garantizado para aquellos en la ley, además de proporcionar respuestas al poder de reclamo del movimiento social negro en Mato Grosso, UFMT en los últimos dos años ha comenzado a confiar en el comisiones destinadas a demostrar la veracidad de la autodeclaración, que es legítima y legal, y debe complementarse con el proceso de evaluación racial fenotípico. Hacer frente a las acciones fraudulentas en este contexto también fue la fuerza impulsora detrás de esta experiencia, que ha dado visibilidad a una agenda durante algún tiempo basada en el movimiento y los colectivos negros, internos y externos a UFMT, para frenar el fraude en el sistema de cuotas raciales y que encuentran, entonces, un ambiente institucional y administrativo para ganar concreción. Sin embargo, aún quedan desafíos para mejorar las prácticas y, en particular, para mantener este compromiso ético-político que requiere medidas que requieren inversión en capacitación y desarrollo de capacidades y estructuración como un servicio institucional, que es una parte fundamental del sistema de admisión a una universidad que pretende ser inclusiva.