Gestão Emocional do Luto na Contemporaneidade

Revista Ciências da Sociedade

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ISSN: 25943987
Editor Chefe: RUBENS ELIAS DA SILVA, JARSEN LUIS CASTRO GUIMARÃES
Início Publicação: 31/05/2017
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Agronomia, Área de Estudo: Ecologia, Área de Estudo: Linguística, Letras e Artes, Área de Estudo: Recursos Florestais e Engenharia Florestal, Área de Estudo: Recursos Pesqueiros e Engenharia da Pesca, Área de Estudo: Recursos pesqueiros e engenharia de pesca, Área de Estudo: Ecologia, Área de Estudo: Saúde coletiva, Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Antropologia, Área de Estudo: Arqueologia, Área de Estudo: Ciência política, Área de Estudo: Educação, Área de Estudo: Filosofia, Área de Estudo: Geografia, Área de Estudo: História, Área de Estudo: Sociologia, Área de Estudo: Comunicação, Área de Estudo: Engenharia ambiental, Área de Estudo: Artes, Área de Estudo: Letras, Área de Estudo: Multidisciplinar

Gestão Emocional do Luto na Contemporaneidade

Ano: 2018 | Volume: 2 | Número: 3
Autores: Renata de Morais Machado, Rachel Aisengart Menezes luto, gestão emocional, morte
Autor Correspondente: R. M. Machado, R. A. Menezes | [email protected]

Palavras-chave: luto, gestão emocional, morte

Resumos Cadastrados

Resumo Português:


A análise das formulações acerca dos processos saúde-doença, morte e luto evidencia transformações social e culturais, ocorridas em determinado momento histórico. Com o processo de secularização ocorreu uma perda de sentido do sofrimento associado à transcendência, nas sociedades ocidentais. A ênfase no presente, a busca contínua de prazer e o exercício do livre-arbítrio tornam-se referências centrais. Neste contexto, movimentos sociais pelos direitos dos doentes, e grupos da classe médica afirmam o direito a não sofrer. Se não evitado, o sofrimento deve ter a menor duração e intensidade possíveis. É neste sentido que as propostas de atenção em torno do luto estão inseridas. Pelo fato de o luto constituir um processo em que o sofrimento é inerente, ele deve ser compreendido, cuidado e, na medida do possível, elaborado, amenizado ou, até, evitado. Manuais destinados a profissionais de saúde abordam o tema, sugerindo uma superação do luto, independente da perspectiva teórica adotada. É delimitada uma duração, referente ao que seria uma vivência normal ou patológica do luto, assim como são elaboradas prescrições, sejam elas preventivas ou curativas. Manuais e livros-texto, nacionais e internacionais, com caráter prescritivo, destinados a profissionais de saúde, configuram-se como objeto de análise desta pesquisa, uma vez que tais formulações refletem o contexto sociocultural. Na gestão contemporânea do processo de morrer, profissionais de saúde buscam promover ampla aceitação social da morte e uma preparação para o luto, para todos os atores sociais envolvidos nos cuidados ao final da vida. A proliferação de pesquisas e de propostas terapêuticas sobre o luto é evidenciada pela publicação de manuais específicos sobre o tema, a partir do século XXI. Afinal, o que o luto representa na cultura ocidental contemporânea, de modo a se encontrar cercado de atenção dos profissionais de saúde que objetivam sua superação? Frente ao risco de o processo de luto se tornar patológico, os saberes `psi'  não estariam promovendo um controle e/ou autorregulação das emoções, no sentido de uma normatização deste evento?