O Canal do Panamá, inaugurado em 1914, representa uma das principais rotas estratégicas do transporte marítimo internacional, ao conectar os oceanos Atlântico e Pacífico. Este artigo tem como objetivo geral analisar de que forma a localização geográfica do Canal influencia sua eficiência logística no transporte marítimo internacional, partindo da premissa de que há motivações estritamente geográficas para sua construção. Como objetivos específicos, investigar a importância estratégica do empreendimento como ponto de conexão entre dois importantes oceanos e os efeitos da ampliação do canal em 2016 sobre o fluxo de circulação de cargas. Metodologicamente, a pesquisa combina uma revisão bibliográfica de artigos, e análise de dados estatísticos referentes ao tráfego de navios, tempos de trânsito e custos operacionais antes e depois da ampliação do canal. A pesquisa evidenciou que a presença do canal contribuiu para redefinir fluxos comerciais e aumentar a conectividade entre regiões anteriormente mais distantes, com o encurtamento das distâncias e dos custos. A modernização da estrutura, com a adição de novas eclusas e o alargamento das vias navegáveis, viabilizou a passagem de navios de maior porte aumentando significativamente a capacidade de transporte da hidrovia atualmente. Contudo, os resultados também indicam que a eficiência do canal depende da disponibilidade hídrica, pressionado pelo uso intenso e por secas recentes, além de projeções climáticas que apontam para secas mais frequentes no futuro, o que evidencia a necessidade de gestão sustentável da água para assegurar sua função estratégica.