GENOCÍDIO EPISTÊMICO E NOVAS POSSIBILIDADES: POR UMA PEDAGOGIA DECOLONIAL

Revista Em Favor de Igualdade Racial

Endereço:
6637 - Br 364, Km 04 - Distrito Industrial
Rio Branco / AC
Site: https://periodicos.ufac.br/index.php/RFIR/issue/view/155
Telefone: (68) 9974-5156
ISSN: 2595-4911
Editor Chefe: Flávia Rodrigues Lima da Rocha
Início Publicação: 11/05/2020
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Linguística, Letras e Artes, Área de Estudo: Multidisciplinar

GENOCÍDIO EPISTÊMICO E NOVAS POSSIBILIDADES: POR UMA PEDAGOGIA DECOLONIAL

Ano: 2020 | Volume: 3 | Número: 3
Autores: K. O. Prado
Autor Correspondente: K. O. Prado | [email protected]

Palavras-chave: pedagogia, decolonialismo, epistemologia

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O presente artigo objetiva fazer, por meio de revisão bibliográfica, uma análise e fomento da pedagogia decolonial, enfatizando o genocídio epistêmico no processo da conformação social a qual o Brasil está inserido. Nesse sentido, basear-se-á na urgência de uma adoção decolonial na prática pedagógica, de desestruturação de uma estrutura construída com base eurocêntrica. Isso posto, observa-se que essa necessidade é premente porque, enquanto país ao qual passou pela colonização, esse sistema colonizador não se dissipa rapidamente, muito pelo contrário, seu poder ideológico permanece estruturando a vida social, política, econômica, cultural, relações étnico-raciais e educação. Assim sendo, percebe a necessidade de objetivar mudanças em um arranjo que exclui sujeitos e comete um genocídio epistemológico, ao excluir também saberes, criando instrumentos para não abordar temáticas essenciais em sua conjuntura, como o racismo, o sexismo e as outras formas de opressão, temáticas que são caras para a execução de mudanças sociais. Portanto, a pedagogia decolonial é importante para os que se preocupam com inclusão, valorização e respeito cultural. No mais, a educação, enquanto campo de disputa, sobretudo em seus parâmetros currículos, precisa inserir e problematizar visões e saberes tidos como “prontos” e sem merecimento crítico. Nesse contexto, por meio de revisão bibliográfica, procura-se propostas de mudanças efetivas, partindo da pedagogia crítica de Paulo Freire e, desse modo, por autores inspirados por seu pensamento e que avaliaram formas de transformar o cenário educacional, com pluralismo e inclusão, tais como Bell Hooks, Peter McLaren, e outros autores contra-hegemônicos. Cabe, pois, trabalhar para que a desobediência epistêmica possa fazer parte das práticas sociais, como falam e fazem autores latino-americanos, como o sociológico Aníbal Quijano ou o professor Walter Mignolo, já que é um rompimento com estruturas baseadas no racismo e no patriarcalismo, mesmo sendo despercebido, às vezes.



Resumo Inglês:

This article aims to make, through bibliographic review, an analysis and promotion of decolonial pedagogy, emphasizing the epistemic genocide in the social conformation to which Brazil is inserted. In this sense, it will be based on the urgency of a decolonial adoption in the pedagogical practice, of the dismantling of a structure built on a Eurocentric basis. That said, it is observed that it is urgent due to the fact that, as a country that has undergone colonization, this colonizing system does not dissipate quickly, quite the contrary, its ideological power remains structuring social life and education. Therefore, it is perceived that it is necessary to objectify changes in an arrangement that excludes subjects and commits an epistemological genocide, excluding knowledge and individuals, creating instruments for not addressing essential themes in their conjuncture, such as racism, sexism and other forms of oppression, which are expensive for social changes, then the problem is widely understood. Therefore, it is important for those concerned with inclusion and cultural respect. In addition, education, as a field of dispute, especially in its curriculum parameters, needs to insert and problematize visions and knowledge considered “ready” and with no critical merit. Through the analysis of this scenario, through bibliographic review, we seek proposals for effective changes, starting from the critical pedagogy of Paulo Freire and, thus, by authors inspired by his thought and who evaluated ways to transform the educational scenario, with pluralism and inclusion, such as Bell Hooks, Peter McLaren, and other counter-hegemonic authors. It is therefore necessary to work so that epistemic disobedience can be part of social practices, as Latin American authors such as Peruvian sociologist Aníbal Quijano or Argentine professor Walter Mignolo, as it is a break with structures based on racism and patriarchy.