Fuga para o deserto. Por uma psicologia pagã

Barbarói

Endereço:
Avenida Independência 2293 - Universitário
Santa Cruz do Sul / RS
96815-900
Site: http://online.unisc.br/seer/index.php/barbaroi/index
Telefone: (51) 3717-7369
ISSN: 1982-2022
Editor Chefe: Marco Andre Cadoná
Início Publicação: 30/06/2008
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Antropologia, Área de Estudo: Ciência política, Área de Estudo: Filosofia, Área de Estudo: Psicologia, Área de Estudo: Sociologia, Área de Estudo: Multidisciplinar

Fuga para o deserto. Por uma psicologia pagã

Ano: 2013 | Volume: 2 | Número: 39
Autores: J. T. Farina, T. M. G. Fonseca
Autor Correspondente: J. T. Farina, | [email protected]

Palavras-chave: ideal, psicologia, fuga,

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Partindo do platonismo, passando pelo advento do cristianismo, pela ascensão do sujeito moderno e chegando ao Capitalismo Mundial Integrado, podemos assistir à construção de todo o império do pensamento ortodoxo fundamentado sobre as doutrinas do juízo, onde o domínio das representações ideais e das essências divinas subordina a vida imanente a seus valores transcendentes. Nesse cenário, localiza-se, também, a construção da psicologia como disciplina moderna. Depois de acompanhar o processo dessa construção, o presente artigo desterritorializa a psicologia de suas raízes judaico-cristãs e a reterritorializa numa filosofia da diferença e da relação. Traça-se, então, um plano de fuga a partir de um manifesto que fornece as pistas de uma operação que se processa fora dos modos majoritários de relação e produção subjetiva. E esta fuga se atualiza num movimento do pensamento que se coloca em direção ao deserto. Na travessia desse deserto podemos acompanhar um exercício nietzscheano de transvaloração dos valores através da transformação do conceito de solidão em movimento de ocupação desse espaço liso repleto de potências imanentes, onde a vida só pode ser pensada como multiplicidade: os corpos se dessubjetivam para ocuparem as múltiplas individuações permitidas por cada acontecimento. Assim, coloca-se o embate trágico dos encontros especulares, pois os espelhos já não refletem o Mesmo, mas guardam as potências deformadoras de um eterno retorno.



Resumo Inglês:

Starting with the platonism, through the advent of Christianity, the rise of modern subject, and coming to Integrated World Capitalism we can see the construction of the whole empire of thought based on ortodox doctrins of the court, where the domain of the ideal representation and the divine essences subordinates immanent life to transcendent values. In this context, we also locate the construction of the modern psychology as a discipline. After following this process of construction, this paper deterritorialize the psychology of its Judeo-Christian roots and reterritorialized in a philosophy of difference and relation; Then, we plot an escape plan and a manifesto that provides the clues for an operation that takes place outside the majoritarian modes of relation and subjectivity production. And this flight is actualised on a movement of thought that arises in the desert. We cross the desert and, in this trajectory, we can follow a Nietzschean exercise of revaluation of values through the transformation of the concept of solitude in motion for the occupation of a smooth space full of imannent powers, where life can be thought as a multiplicity: the bodies take off their subjectivity to occupy multiple inidividuation allowed to each event. Thus, there is the tragic clash of mirrors encounter, because mirrors no longer reflect the Same, but keep the deforming power of an eternal return.



Resumo Espanhol:

Desde el platonismo, a traves del advenimiento del cristianismo, la subida del sujeto moderno y llegando al Capitalismo Mundial Integrado se puede ver la construcción de todo el imperio del pensamiento ortodoxo basado en las doctrinas del juicio, dominio en lo cual los ideales y las representaciones de las esencias divinas subordinan la vida inmanente a los valores trascendentes. En este escenario, también, se encuentra la construcción de la moderna psicología como disciplina. Después de seguir el proceso de esta construcción, este artículo desterritorializa la psicología de sus raíces judeocristianas y la reterritorializa en una filosofía de la diferencia y de la relación. Trazase entonces un plan de escape desde un manifiesto que ofrece las claves de una operación que se realiza fuera de los principales modos de relación y de producción subjetiva. Esta ruta se actualiza en un movimiento de pensamiento que surge hacia el desierto. Al cruzar este desierto puedese acompañar a valores nietzscheanos de ejercicio de revalorización mediante la transformación del concepto de la soledad en este movimiento de ocupación plena de los poderes inherentes de espacio liso donde la vida sólo puede ser pensada como multiplicidad: los cuerpos dessubjetivam para ocupar múltiples individuaciones permitidos por cada evento. Así surge el trágico choque de encuentros especulares porque los espejos ya no reflejan los mismos, pero mantienen el poder de deformación de un eterno retorno.