Estudo diacrônico da colocação pronominal em complexos verbais na escrita do PB e do PE (séculos XIX e XX)

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ISSN: 23596910
Editor Chefe: Leonardo Lennertz Marcotulio
Início Publicação: 28/02/2015
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Linguística, Letras e Artes, Área de Estudo: Multidisciplinar

Estudo diacrônico da colocação pronominal em complexos verbais na escrita do PB e do PE (séculos XIX e XX)

Ano: 2015 | Volume: 1 | Número: 2
Autores: Carla da Silva Nunes
Autor Correspondente: C. da S. Nunes | [email protected]

Palavras-chave: sociolinguística; cliticização; morfossintaxe; ordem dos pronomes; variação

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Este artigo trata do tema da colocação do clítico “se” em complexos verbais nas amostras brasileira e europeia. Vale-se de corpus da modalidade escrita de editoriais, notícias e anúncios produzidos nos séculos XIX e XX. Com base na sociolinguística laboviana, desenvolve-se o tratamento estatístico dos dados provido pelo Goldvarb-X. Investigam-se, então, as trajetórias dos diferentes tipos de “se”, para se atestar as possíveis semelhanças e diferenças entre as escritas brasileira e europeia. Além disso, verifica-se se o comportamento dos dados reflete a existência de uma regra variável. Assim, analisam-se os possíveis condicionamentos linguísticos favorecedores de cl V1 V2 (se pode fazer), V1-cl V2 (pode-se fazer), V1 cl V2 (pode se fazer) e V1 V2-cl (pode fazer-se). Observa-se que a escrita, por vezes, aproxima as normas, como no contexto de início absoluto de período/oração, em se que recusa a próclise a V1 nas duas amostras, e aos complexos participiais, que não registram dados de ênclise a V2. Os padrões cultos escritos brasileiro e europeu assemelham-se, especificamente, no caso do indeterminador, nos dois séculos em questão. Por outro lado, o uso do reflexivo parece ser a questão central na diferenciação entre as duas normas estudadas. Enquanto os brasileiros parecem vincular suas escolhas aos tipos de “se”, em que o reflexivo tende a figurar adjacente a V2 (inclusive em próclise) e o indeterminador adjacente a V1, os europeus o fazem de forma mais suave e parecem relacionar suas escolhas também à forma do verbo principal e à presença de “proclisador”, especialmente com o indeterminador. A atuação do “proclisador” com o reflexivo é branda também no PE, mesmo assim, um pouco mais efetiva do que no PB. Ao final do século XX, as diferenças evidenciam-se ainda mais quando se registra o aumento da próclise a V2 no Brasil. No PE a variante não é empregada.



Resumo Inglês:

This article deals with the issue of placement of clitic “se” in verbal complex in Brazilian and European samples. It works with writing ‘editorials’, ‘news’ and ‘announcements’ produced in the nineteenth and twentieth centuries . Based on Labovian sociolinguistics, it develops the processing of the data provided by Goldvarb -X. This work investigates, then, the trajectories of different kinds of “se”, to attest the possible similarities and differences between Brazilian and European writings. Moreover, it verifies that the behavior of the data reflects the existence of a variable rule. Thus, we analyze the possible favoring linguistic constraints of “cl V1 V2 (se pode fazer)”, “V1-cl V2 (pode-se fazer)”, “V1 cl V2 (pode se fazer)” and “V1 V2-cl (pode fazer-se)”. It is observed that the writing sometimes doesn’t differ the standards as the absolute initial context period/sentence in that refuses proclisis to V1 in both samples, and also to participial complexes, that do not register enclitic data to V2. The Brazilian and European standards written resemble specifically in the case of “se indeterminador” in both studied centuries. On the other hand, the use of “se reflexivo” seems to be the central issue in differentiating the two studied standards. While Brazilian seems to associate their choices to the types of “se”, in that “reflexivo” tends to adjacent to V2 (including in proclisis) and “indeterminador” figures adjacent to V1, European do it more smoothly and seems to relate their choices also to the form of the main verb and to the presence of “proclisador”, especially with “indeterminador”. The performance of “proclisador” with “se reflexivo” is also lenient in PE, but a little more effective than in BP. At the end of the twentieth century, the differences show up even more when it is registered a proclisis to V2 increase in Brazil. In EP the variant is not employed.