Estigmas ao idoso: notas de uma pesquisa de campo em uma escola pública de Viçosa/Minas Gerais/Brasil

Ano: 2017 | Volume: 7 | Número: 1

Autores: Nádia Marota Minó. Rita de Cássia Pereira Farias.

Palavras-chave: pesquisa de campo, educação, envelhecimento, estigma

Resumo Português:

Através deste artigo buscamos relatar as experiências de uma pesquisa de campo, realizada em junho de 2015, como parte de uma dissertação de mestrado, voltada para a tentativa de entender as construções sociais de estigmas ligados ao envelhecimento humano, em uma escola pública de Viçosa-MG. O objetivo da pesquisa é analisar as representações de crianças e adolescentes do 5º ao 9º ano do ensino fundamental, sobre o processo de envelhecimento, identificando alguns mecanismos que possibilitam as construções sociais de estigmas ligados à velhice. Para a coleta de dados trabalhamos com grupos focais, separadamente com cada turma, focando nas representações sociais dos adolescentes sobre o envelhecimento e sobre a relação dos mesmos com os idosos. Os dados revelaram muitas percepções negativas sobre a velhice como uma etapa de vida marcada por limitações, dependência, ociosidade, inutilidade e incapacidade, além de uma corporalidade decadente. As percepções positivas, em menor proporção, estavam ligadas à experiência de vida, sabedoria e capacidade para dar bons conselhos. A longevidade como privilégio e a possibilidade de o idoso manter uma vida ativa e estabelecer relações intergeracionais também foram destacadas. Em termos gerais, a velhice é bastante estigmatizada pelos estudantes deste estudo, e isso talvez se deva a conhecimentos advindos do senso comum, bem como à falta de informação sobre o assunto.

Resumo Inglês:

Through this article we seek to relate the experiences of a field survey conducted in June 2015 as part of a master's thesis, focused on trying to understand the social construction of stigma linked to human aging in a public school in Viçosa/Minas Gerais/Brazil. The objective of the research is to analyze the representations of children and adolescents from 5th to 9th grade of elementary school, about the aging process, identifying some mechanisms that enable the social constructions of stigmata of old age. For data collection we work with focus groups, with each group separately, focusing on the social representations of adolescents about aging and about the relationship of the same with the elderly. The data revealed many negative perceptions of old age as a stage of life marked by limitations, dependence, idleness, uselessness and disability, plus a decadent corporeality. Positive perceptions, to a lesser extent, were linked to life experience, wisdom and ability to give good advice. Longevity as a privilege and the ability of the elderly to maintain an active life and establish intergenerational relationships were also highlighted. In general, old age is very stigmatized by the students of this study, and this may be due to knowledge derived from common sense as well as the lack of information on the subject.