Escola rural, tempo escolar e crianças trabalhadoras em Minas Gerais (1892-1899)

Revista de História e Historiografia da Educação

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ISSN: 2526-2378
Editor Chefe: Cláudio de Sá Machado Jr.
Início Publicação: 01/01/2017
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Educação, Área de Estudo: História

Escola rural, tempo escolar e crianças trabalhadoras em Minas Gerais (1892-1899)

Ano: 2017 | Volume: 1 | Número: Especial
Autores: Gilvanice Barbosa da Silva Musial
Autor Correspondente: Gilvanice Barbosa da Silva Musial | [email protected]

Palavras-chave: Instrução primária; História da escola rural; Tempo escolar; Crianças trabalhadoras

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Esse artigo apresenta parte dos resultados de uma pesquisa maior e tem como objetivos analisar as representações sobre escola rural, tempo escolar e crianças trabalhadoras em Minas Gerais na última década do século XIX. Buscamos apreender a existência de especificidades da escola rural quanto ao tempo escolar e seu público, crianças trabalhadoras. Como referencial teórico, trabalhamos com a noção de representações em consonância com o pensamento de Roger Chartier (2009). Ainda no âmbito deste trabalho, as noções de escolarização, cultura escolar e forma escolar são mobilizadas a partir de Faria Filho (2003), Frago (1995), Julia (2001) e Vincent; Lahire; Daniel (2001). Para escrita desse artigo trabalhamos com as seguintes fontes: legislação e relatórios de inspetores escolares (ambulante e extraordinário). Podemos afirmar que havia uma especificidade na forma de organização de várias escolas rurais. Ela estava diretamente relacionada com a territorialidade na qual a escola rural estava inserida e também com as condições socioculturais e econômicas de suas populações. Diferentemente das representações produzidas pelo inspetor Extraordinário sobre a escola rural, o tempo escolar e as crianças e suas famílias, a análise das informações contidas nos relatórios indicam-nos uma preocupação dos pais em enviarem seus filhos para a escola apesar da pobreza, da distância, da fome, da seca e da importância do trabalho dessas crianças na manutenção das suas famílias.



Resumo Inglês:

Rural school, school time and children laborers in Minas Gerais (1892-1899). This article presents part of the results of a larger research and intends amongst its objectives to analyze the representations about rural school, school time and children laborers in Minas Gerais in the last decade of the 19th century. We aim at understanding the existence of specificities of the rural school in terms of school time and its public, the children laborers. As for our theoretical framework, we employ the concept of representations following the line of thinking of Roger Chartier (2009a). Within the scope of this work, the concepts of schooling, school culture and school format are mobilized departing from Faria Filho (2003), Frago (1995), Julia (2001) and Vincent; Lahire; Daniel (2001). This article is based on the following sources: Legislation and School Inspectors’ Reports (itinerary and extraordinary). We can affirm that there has been a specificity in terms of the organization of several rural schools. It was directly related to the territory on which the rural school was located and also to the sociocultural and economic conditions of its populations. Differently from the representations produced by the extraordinary inspector about the rural school, school time and children and their families, the analysis of the information contained in the reports indicates a concern of the parents in sending their children to school despite poverty, distance, hunger, drought and the important of these children’s labor in their families’ income. Keywords: Primary education; History of the rural school; School time; Children laborers.