Entre dornas e garrafas, o moderno

Ponta de Lança

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ISSN: 1982-193X
Editor Chefe: Antônio Fernando de Araújo Sá
Início Publicação: 30/09/2007
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Antropologia, Área de Estudo: Educação, Área de Estudo: Filosofia, Área de Estudo: Geografia, Área de Estudo: História, Área de Estudo: Sociologia, Área de Estudo: Artes, Área de Estudo: Letras, Área de Estudo: Multidisciplinar, Área de Estudo: Multidisciplinar

Entre dornas e garrafas, o moderno

Ano: 2012 | Volume: 6 | Número: 11
Autores: Afonso Henrique Fávero
Autor Correspondente: Afonso Henrique Fávero | [email protected]

Palavras-chave: modernismo, literatura brasileira, Graciliano Ramos

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Para muitos críticos de literatura, os anos de 1930 constituem a fase de consolidação das ideias efervescentes da Semana de Arte Moderna de 1922. É também nesse decênio – no de 30 – que a história social do país passa por mudanças significativas, entre as quais está o intento de urbanização e desenvolvimento das cidades, o que causou impacto no homem desse tempo e em sua representação na literatura. A partir de tais mudanças histórico-sociais, analisamos o romance Angústia (1936), de Graciliano Ramos, como uma representação delas. Para tanto, buscamos contextualizá-lo a partir de textos teóricos e da historiografia literária, a fim de ajustar a perspectiva da abordagem interpretativa. Com efeito, essas leituras propiciam chegarmos a alguns interessantes resultados analíticos: Luís da Silva é uma representação bem sucedida do homem de 1930, cujo drama psicológico existe em função da miserabilidade social que o assola. Esse tormento lhe traz uma sensação de "desencaixe" que é, em última análise, resultado de certa ideologia falaciosa do progresso por que o Brasil estava passando naquele momento de sua história, uma vez que a modernidade estava impregnada de traços da estrutura social anterior. Vemos, portanto, que a modernidade se constrói de processos ambivalentes, muitas vezes contraditórios, nos quais o homem parece estar exatamente na fronteira, mesmo sem o saber. A forte presença do passado é mais que uma lembrança: são os mecanismos alienatórios implícitos, é o gosto insosso de uma ausência saudosa do que talvez nem nos tenha sido dado.